domingo, 28 de dezembro de 2014

José Cid - "10 Mil Anos Entre Vénus e Marte"

"10 Mil Anos Entre Vénus e Marte" , álbum de rock sinfónico que, ignorado em 1978, é agora objecto de culto.
No final dos anos 70, entre o ocaso do Quarteto 1111, participações no Festival da Canção e temas de cariz popular como 'A Anita Não é Bonita', José Cid - um dos pioneiros do rock em Portugal - juntou três músicos amigos na sua quinta em Mogofores e com eles criou o que, em 1978, a mesma Orfeu de José Afonso ou Fausto lançou, sem grande aparato, para o mercado: "10 Mil Anos Depois Entre Vénus e Marte", álbum inscrito na tradição do rock sinfónico ou progressivo dos Yes ou King Crimson, e gravado por uma formação que junta Cid a Zé Nabo (guitarra), Ramón Galarza (bateria) e Mike Sergeant (guitarra, apenas num tema), conta uma história: explode a III Guerra Mundial e uma cidade, que simboliza todo o planeta, está prestes a ficar submersa; um homem e uma mulher, cosmonautas, conseguem fugir através do espaço, conhecem novas civilizações e regressam dez mil anos depois à Terra para começar tudo outra vez.
"10 Mil Anos Entre Vénus e Marte" , lançado num período de crescente implantação punk, passou despercebido à época, mas foi redescoberto em 1994 por uma editora norte-americana, a Art Sublime, que o reeditou. Desde então, a reavaliação deste disco 'alienígena' na discografia de um músico que, no eclodir dos anos 80, persistiria na veia popular e ligeira, tem sido constante. A edição original, em vinil, está bem cotada nos meandros do coleccionismo, o álbum surge bem colocado em listas internacionais de indefetíveis do estilo e há bandas novas, como os Capitão Fausto, que o apontam como imprescindível.
Para Cid, "10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" não é o seu apogeu num género que considera "mais ousado do que a música que se ouvia na altura".

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

The Korgis

“The Korgis”, grupo formado em Inglaterra, no ano 1978, por James Warren, Andy Davis e John Baker. Apresentavam um visual mais parecido de “nerds” do que de músicos, com aqueles óculos que lembram o visual do Bill Gates. Certamente, muitos já ouviram esta canção, chama-se “Don’t Look Back”, e é de 1982. É uma das minhas favoritas. Fez parte da banda sonora da telenovela “Sol de Verão”, de 1982, da TV Globo, e foi um grande sucesso na altura.
A canção tem um início triste, melancólico, dizendo que a pessoa não está com sorte, que as coisas não dão certas... e que os amigos estão muito confusos para ajudar. Mas a mensagem que fica, é que apesar de todos os problemas, não devemos olhar para trás, devemos seguir em frente e viver o dia de hoje!!! Para mim, é uma canção perfeita:.. tanto no arranjo musical, como nos vocais e a letra espectacular.
A música mais famosa dos The Korgis e que ainda se ouve nas rádios, é “Everybody’s Got to Learn Something”, de 1980. Outra bela canção. Alguns artistas já a regravaram, mas na minha opinião, nenhuma se iguala à original. “Everybody’s Got to Learn Something” foi lançada no dia 15 de junho de 1980. Entre idas e vindas do grupo, os The Korgis estiveram separados pela última vez de 1993 até 2005, quando regressaram e continuam no activo. The Korgis é uma banda de grande qualidade sonora.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Mariah Carey - All I Want For Christmas Is You

Serão certamente raros os músicos que nunca deram voz a uma canção natalícia. Diversidade não falta nesta quadra. Elvis Presley. Beach Boys. Run DMC. Bob Dylan. Ramones. James Brown. Sufjan Stevens. Destiny"s Child. Elton John. Justin Bieber. Stevie Wonder. Kanye West. Estes são apenas alguns dos artistas que ao longo dos anos já gravaram canções de Natal. Dos nomes mais mediáticos aos mais alternativos, a época natalícia mantém-se uma fonte de inspiração para uma grande diversidade de artistas. Segue-se um dos maiores clássicos que, ao lado das iguarias tradicionais, não pode faltar em qualquer casa nesta altura do ano.
E este ano, o clássico de Natal de Mariah Carey celebra duas décadas de existência e desde então que não existe ano em que a canção não volte aos tops quando o dia 25 de dezembro se começa a aproximar. No mercado britânico, All I Want For Christmas Is You mantém-se até hoje o single mais vendido de sempre na carreira da cantora norte-americana. Segundo noticia o Washington Post, o single já garantiu a Mariah Carey qualquer coisa como 50 milhões de dólares (40 milhões de euros) em royalties. Há três anos, a cantora gravou uma nova versão da canção em dueto com Justin Bieber (que tem na sua discografia um disco inteiro dedicado a temas de Natal).

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sabrina Salerno

Ocorreu-me que existe uma geração que pode já nem conhecer Sabrina. Não, não falo de Sabrina Sato, mas sim de Sabrina Salerno, a cantora italiana que marcou a nossa adolescência, e contribuiu em grande parte para a nossa entrada na puberdade. E não poderia aceitar que a geração seguinte não saiba quem é. É obrigatório vir conhecer (ou lembrar) Sabrina!

BI

Nome: Norma Sabrina Salerno
Data de Nascimento: 15 de Março de 1968
Signo: Peixes
Local de Nascimento: Génova, Itália
Altura: 1,75m

Bio

Agora já na casa dos 40, Sabrina é uma cantora italiana que fez furor no final dos anos 80. E qualquer pessoa nascida em finais dos anos 70 saberá bem quem ela é, e suspira ainda ao ouvir a música “Boys (Summertime Love)”. Se nunca viu o vídeo, esta é a altura para colmatar essa grande falha. Se já conhecia, confesse que está feliz por lembrar; se não conhecia, prepare-se:
Em plena década do pop, o single “Boys” de Sabrina fez furor em grande parte graças ao seu videoclip. Não sabemos o que levou Sabrina a optar por aquelas vestes, mas estamos profundamente agradecidos por isso!
Como tantas outras estrelas, Sabrina teve o seu auge nos anos 80, mas os anos 90 foram dominados por outras estrelas, e no novo milénio ficou quase vetada ao esquecimento. No entanto, nunca abandonou a carreira e sempre se manteve em actividade, continuando a lançar novos álbuns e fazendo carreira na televisão italiana, sobretudo como apresentadora, mas também com algumas participações em séries e filmes.
Vinte e cinco anos depois da estreia, Sabrina ainda anda por aí… talvez não melhor que nunca, mas certamente ainda em forma e… vale uns minutos da nossa atenção. Não concorda?

Discografia

  • 1987 – Sabrina
  • 1988  - Super Sabrina
  • 1988 – Something Special
  • 1990 – Super Remix
  • 1991 – Over the Pop
  • 1996 – Maschio dove sei
  • 1999 – A Flower’s Broken
  • 2008 . Erase/Rewind (Best Of)

Sabia que

  • A sua carreira começou não pela música, mas como modelo, quando venceu um concurso de beleza em 1985, na altura com apenas 16 anos;
  • O single “Boys” vendeu mais de 1,5 milhões de cópias em todo o mundo;
  • Chegou a pousar nua por diversas vezes, para deleite de tantos… “fãs”;
  • Já em 2010 fez um dueto com outro mega-ícone da sensualidade nos anos 80: nem mais nem menos que Samantha Fox; veja o vídeo aqui!
  • O vídeo de “Boys” foi banido de Inglaterra, até terem sido cortados todos os “deslizes” do seu top;
  • Venceu o prémio para melhor cantora europeia em 1988;
  • Além da televisão e do cinema, também chegou a participar em algumas peças de teatro, com destaque para o papel de Morgan Le Fey em ‘I Cavalieri della Tavola Rotonda”;
  • Ironicamente, apresentou em 2002 um programa focado em antigas grandes estrelas vetadas ao esquecimento;
  • Venceu o prémio especial da crítica pelo seu papel no filme “Colori”, em 2005;
  • À semelhança de Samantha Fox, também Sabrina Salerno teve direito ao seu próprio jogo para o velhinho ZX Spectrum: nele, o jogador tinha que levar Sabrina do aeroporto até ao recinto de um espectáculo, lutando contra a população puritana que a queria impedir de actuar por não aceitar as suas reduzidas vestes. Sim, nesta altura tudo era um pretexto para criar um novo jogo… e para mostrar Sabrina!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A morte de Lennon

Naquela noite, John Lennon regressava a casa de uma sessão de gravação da qual resultaria o álbum póstumo Milk And Honey. Estava com fome, mas preferiu passar primeiro pelo seu apartamento, no Edifício Dakota, para ver como estava o seu filho de cinco anos, Sean Taro Ono Lennon.

A 8 de Dezembro de 1980, Nova Iorque estava anormalmente amena para uma noite de Inverno e a azáfama de Natal contrastava com a quietude do passeio que circundava a arcada principal do famoso prédio. John e Yoko saíram da limousine e caminharam para a porta até que um imbecil disparou cinco tiros fatais sobre as costas do antigo beatle e o resto...

O resto foi um imenso vazio e uma enorme dor. Claro que o disco Double Fantasy, a fruta da época, subiu ao topo das tabelas de vendas um pouco por todo o mundo e o mito nascia com as suas habituais contradições. Os restantes beatles partilharam sentimentos de estupefacção e revolta e a comunidade rock sentiu-se ameaçada, recorrendo à utilização de guarda-costas.

Uma das reacções mais interessantes à morte de Lennon partiu do antigo primeiro-ministro inglês Harold Wilson. "A morte de John Lennon foi uma grande tragédia. O que os Beatles fizeram pelos miúdos foi tirá-los das ruas e dar-lhes um novo interesse na vida", referiu.

Sim ! Os fazedores de sonhos, as roupas e os penteados que seduziram, mas também aqueles que começaram por cantar sobre namoricos e que souberam intrigar-nos com "I Am The Walrus", surpreender-nos com "Helter Skelter" e avançar 200 milhas com "Tomorrow Never Knows" ou "Strawberry Fields Forever".

Mais do que um líder espiritual, "aquele que imaginou tudo", John Lennon foi o tal que nos permitiu conhecê-lo e amá-lo pela sua expontaneidade e autenticidade. A mensagem de "All You Need Is Love" não morreria no período a solo e a sublime "Mind Games", de 1973, que originalmente seria "Make Love Not War", revela uma vez mais um sentimento profundo de comunhão e universalidade.

Em 1980, aos 40 anos, a profissão de fé era mostrar a paz e o amor através de um matrimónio já com 11 anos de existência. Para o rapaz de Liverpool os tempos eram de uma "Woman" para todas as mulheres, de um "(Just Like) Starting Over" que renovava os votos maritais ou de uma incursão na disco com Yoko Ono nos vocais em "Walking On Thin Ice".

Nunca saberemos se teria telefonado a Paul McCartney, na fatídica noite, a propôr um regresso dos Beatles. No entanto, o reencontro dos génios que fizeram a banda sonora das nossas vidas não demoraria muito mais. Mas, como referiu o poeta beat Allen Ginsberg, "Um miserável caçador de autógrafos armado com uma bandeja de ouro e uma arma ajoelhou-se diante de John e matou os Beatles".

sábado, 6 de dezembro de 2014

David Fonseca

David Fonseca nasceu na cidade de Leiria em 1973. Filho de mãe professora e pai bancário, viveu em Marrazes-Leiria até ir para Lisboa. Estudou cinema, vertente de Imagem, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, e foi aluno da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1992/94). Foi fotógrafo de moda, colaborando com diversos catálogos de moda como, por exemplo, Tom Of Finland entre outros do género. Participou em exposições colectivas e individuais.

A carreira musical de David Fonseca começou com os Silence 4, em conjunto com alguns amigos da sua terra natal. O álbum de estreia saiu em 1998 - Silence Becomes It; para grande surpresa de todos, o disco teve um enorme sucesso à escala nacional, vendendo quase 250.000 cópias (seis discos de platina). Dois anos depois, em 2000, foi lançado o segundo álbum, Only Pain Is Real, vendendo aproximadamente 100.000 cópias. Em 2002, a banda terminou.

Em 2003, David Fonseca lançou o seu primeiro álbum a solo, Sing Me Something New (disco de ouro). O primeiro single deste disco foi Someone That Cannot Love que foi tocado em simultâneo em 150 estações de rádio portuguesas, à meia noite de 10 de Março desse mesmo ano. Dois anos após o primeiro álbum , em 2005, saiu o álbum Our Hearts Will Beat As One. Na primeira semana de vendas ganhou de imediato o estatuto de disco de ouro, e foi considerado melhor álbum Pop de 2005, em Portugal, mesmo antes do ano acabar. Em Outubro de 2007 com o álbum "Dreams In Colour" voltou a dar cartas na música nacional. Para além do single Superstars, inclui também uma versão de "Rocket man" de Elton John. Essa versão teve direito a um videoclipe gravado em take único e passado de trás para a frente. Foi editada uma edição especial e limitada, em digipack, com um "booklet" de 24 páginas com a reprodução de polaroids exclusivas da autoria de David Fonseca e um DVD extra David Fonseca Dreams In Loop Live, um registo ao vivo de algumas canções deste disco. Em Abril de 2008 encheu o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para dar um concerto repleto de animação, cor e luz que será lançado em DVD brevemente.

Em Janeiro de 2008, David Fonseca é eleito artista do mês na MTV.

Em Setembro de 2009, David Fonseca é nomeado para "Best Portuguese Act" nos Europe Music Awards. Contudo, perde para Xutos & Pontapés.

Em 2 de Novembro de 2009, David Fonseca lança o seu 4º álbum de originais "Between Waves", e em que este David toca na integra todos os instrumentos.

Syd Barrett - A Estrela que não queria ser famosa

















Roger Keith Barrett (Cambridge, 6 de Janeiro de 1946 — Cambridge, 7 de Julho de 2006), conhecido por Syd Barrett, foi um dos membros fundadores, em 1965, do grupo de rock progressivo Pink Floyd.

Originalmente era o vocalista, guitarrista e principal compositor da banda Pink Floyd, principalmente no seu primeiro álbum The piper at the gates of dawn (1967). Foi também o autor dos singles "See Emily Play" e "Arnold Layne", e ainda de dois álbuns a solo. Foi também um guitarrista inovador, um dos primeiros a explorar completamente as capacidades sonoras da distorção e especialmente da recém desenvolvida máquina de eco.

Embora a sua actividade na música pop tenha sido reduzida, a sua influência nos músicos dos anos 60 (e das gerações seguintes) especialmente nos Pink Floyd, foi profunda.

À medida que a popularidade dos Floyd aumentava, assim como o consumo de drogas psicotrópicas por parte de Syd (especialmente LSD), a sua apresentação nos concertos tornava-se mais e mais imprevisível e o seu comportamento geral um estorvo para o sucesso da banda. Os problemas vieram ao de cimo durante a primeira digressão do grupo pelos Estados Unidos no fim de 1967, Syd começou a ficar extremamente difícil e cada vez mais ausente; tendo essa ausência e o seu estranho comportamento começado a causar problemas ao grupo.

Numa ocasião famosa, no programa de televisão de Pat Boone, recusou-se a fingir que actuava, ficando parado, braços caídos ao longo do corpo e olhando fixamente para a câmara. Noutro incidente bem conhecido, diz-se que antes de entrar em palco Syd teria esmagado uma caixa inteira de tranquilizantes Mandrax, misturando-os com uma grande quantidade creme para o cabelo Brylcreem, depois pôs a mistura sobre a cabeça e colocou-se por debaixo dos projectores de palco; a mistura viscosa derreteu e começou a escorrer pela sua cara dando a aparência desta se estar a derreter. Outra história diz que Syd apareceu no estúdio apresentando aos colegas uma música nova chamada Have You Got It Yet. Conforme ele ia ensinando a canção ao grupo tornou-se óbvio que ele mudava os acordes cada vez que a tocava, tornando impossível a sua aprendizagem.

Tem-se afirmado que os seus problemas com a droga não teriam sido apenas da sua responsabilidade, que ele era regularmente 'doseado' (drogado sem seu conhecimento) por "amigos" que lhe davam LSD todos os dias, embora antigos amigos de Syd Barrett tenham desmentido este facto num artigo sobre Barrett publicado no The Observer em 2002.

Quaisquer que fossem as causas, o que é certo é que passados apenas dois anos da formação dos Pink Floyd, Barrett abandonou o grupo. Após ter gravado algumas partes do segundo álbum dos Pink Floyd, A saucerful of secrets em 1968 - incluindo Jugband Blues, que faz referências óbvias à sua crescente indiferença em relação à banda - Barrett foi dispensado do grupo.

A intenção original era de que Barrett continuasse a contribuir para a escrita e gravação, e como ele era o principal compositor, havia a esperança que ele desempenhasse um papel semelhante ao do líder dos Beach Boys, Brian Wilson, que apesar de ter deixado de actuar ao vivo, tinha continuado a compor para o grupo. Mas Syd cada vez contribuía menos e o seu comportamento era cada vez mais errático, de tal forma que os outros membros do grupo deixaram de convidá-lo para os concertos e sessões de gravação.

O grupo contratou um velho amigo de Cambridge, guitarrista, David Gilmour, para primeiro alargar a banda e depois substituir Syd nos concertos, mas depressa se tornou óbvio que Syd nunca mais voltaria. A transição foi fácil pelo facto de Gilmour ser capaz de ocupar o lugar de Syd (foi Gilmour quem ensinou Barrett a tocar guitarra) e que mesmo que ao seu estilo faltasse o experimentalismo atrevido pelo qual Syd era conhecido, era considerado um vocalista e compositor talentoso e um guitarrista dotado. Assim, Gilmour tornou-se um membro permanente da banda, com o baixista Roger Waters a tomar a liderança do grupo.

O declínio de Syd teve um profundo efeito na escrita de Gilmour e Waters, e o tema da doença mental e a sombra da desintegração de Syd penetrou nos três álbuns de maior sucesso dos Pink Floyd, The dark side of the moon, Wish you were here e The wall.

Syd foi-se retirando do mundo da música aos poucos, embora tivesse feito uma breve carreira a solo editando dois álbuns idiossincráticos mas bastante considerados The Madcap Laughs (1970) e Barrett (1971). A maior parte do material de ambos os álbuns terá sido escrito no seu período mais produtivo (fins de 1966 e princípio de 1967), acreditando-se que terá escrito muito pouco após ter deixado os Floyd.

O primeiro álbum apresenta fortes indícios do frágil estado de espírito de Syd, com faixas como "Dark globe" a mostrarem claramente que, apesar de ele ter bom material para trabalhar, era praticamente incapaz de participar em algumas sessões. O segundo álbum mostra um maior esforço em conseguir um acabamento mais polido. Em ambos os álbuns Syd trabalhou com o empresário dos Floyd, Peter Jenner, com Waters, Gilmour e com membros dos Soft Machine. Syd contribuiu também para a gravação do LP "Joy of a toy" de Kevin Ayers, embora a faixa em que ele tocou guitarra, "Religious Experience (singing a song in the morning)" não fosse comercializada até 2003.

Houve algumas sessões para um terceiro álbum que foram abortadas e que segundo se consta terminaram após Syd ter atacado um empregado do estúdio que lhe apresentou umas letras escritas a vermelho, e que Syd presumindo que se tratava de contas para pagar lhe teria mordido a mão[carece de fontes?]. Syd passou muitos dos anos seguintes a pintar, e as poucas telas que ele deu ou vendeu são hoje muito valiosas. Syd continuou a pintar e muitas vezes a ouvir música, estando entre os seus favoritos os Rolling Stones, Booker T. & The MGs e compositores clássicos, não tendo dado nenhuma atenção a uma compilação dos Pink Floyd que lhe foi oferecida.

Syd continuou a sofrer de doença mental, bem como de problemas físicos provocados por uma úlcera péptica; mais recentemente foi-lhe diagnosticado diabetes. Foi ocasionalmente hospitalizado, existindo muita especulação entre os seus fãs e a imprensa sobre as causas desses internamentos. De acordo com um artigo publicado em The Observer em 2002, Syd não tomava qualquer medicação e especula-se que poderia sofrer de uma forma severa do Síndrome de Asperger. Pese o facto de Syd não ter aparecido ou falado publicamente desde 1973, o tempo não diminuiu o interesse na sua vida e obra, nem o interesse da imprensa na sua história; jornalistas e fãs continuaram a deslocar-se a Cambridge à sua procura, invadindo a sua privacidade.

O álbum de 1975 "Wish you were here" foi um tributo a Syd Barrett (que diz-se ter aparecido de surpresa numa sessão de gravação, afirmando estar pronto para trabalhar outra vez); a faixa "Shine on you crazy diamond", que abre e fecha o álbum, fala sobre Syd Barrett, conforme é reconhecido por alguns membros dos Pink Floyd. A faixa " I know where Syd Barrett lives" de Television Personalities é outro tributo bem conhecido. Supostamente, Roger Waters, usou a partida de Barrett e a sua condição, como inspiração para o álbum The dark side of the moon, assim como, terá baseado o comportamento e personalidade de 'Pink', o principal personagem do filme The Wall, na vida real de Barrett.

Em 1988 a EMI editou "Opel", um álbum de material não editado de Barrett gravado em 1970. A EMI editou também "The best of Syd Barrett - Wouldn't you miss me?" no Reino Unido em 16 de Abril de 2001 e em 11 de Setembro do mesmo ano nos EUA.

Faleceu no dia 7 de Julho de 2006, em Cambridge, aos 60 anos de idade. As causas não foram confirmadas. Especula-se que tenha morrido por complicações relacionadas com a diabetes, enfermidade da qual sofria há anos, embora o jornal inglês The Guardian diga que a causa foi cancro. Apesar de seu funeral ter sido aguardado por inúmeros fãs, somente a família esteve presente na cerimónia.

História do álbum " Wish You Were Here " dos Pink Floyd

O discreto Nick Mason, afirmou em 2003, a propósito das comemorações dos 30 anos de "Dark Side of the Moon", que uma das razões para que a criação do disco tivesse corrido tão bem foi que todos os seus elementos tinham um objectivo em mente: serem ricos e famosos tal como todos os outros grupos que concorrem no universo musical. Foi um momento impar na vida dos Pink Floyd e que nunca mais se voltaria a repetir.Uma vez chegados ao "topo da montanha" o grupo viu-se numa encruzilhada de como dar continuidade ao "colosso" que com o passar dos anos se tornaria num dos maiores recordistas de vendas de sempre. O caminho apresentava-se sinuoso e seriamente perigoso.Uma das ideias mais desvairadas, mas apaixonadamente originais foi o projecto "Household Objects". O grupo propunha-se a gravar um álbum sem instrumentos convencionais e onde criaria sons a partir de objectos banais como facas, garfos, copos de vidro, paus, etc. Uma tarefa que rapidamente foi abandonada dada a sua complexidade construção musical. Todavia os efeitos dos copos seriam aproveitados para o início de uma nova composição: "Shine on You Crazy Diamond".O longo instrumental, belo mas triste encaixava na perfeição com as letras de Roger Waters, autor de todas as letras e cada vez mais a voz dominante no seio do grupo. O tema era inteiramente dedicado a Syd Barrett, esse fantasma ambulante que nunca tinha verdadeiramente largado o imaginário do grupo desde a sua saída em 1968."Remember When You Were Young...You Shone Like The Sun ?"A pergunta era feita directamente ao guitarrista lunático. Um grito quase desesperado para que Barrett voltasse á Terra...Mas o "Diamante Louco" imerso na sua esquizofrenia jamais "voltaria a brilhar como o sol".Num dos episódios mais estranhos da história do Rock, (conscientemente ou não) conta a lenda de que Syd chegou mesmo a assistir a gravação de "Shine On" perguntando casualmente a Gilmour se não precisavam de ajuda com as guitarras. Estava gordo, careca e falava muito pausadamente. Ao princípio ninguém o reconheceu excepto Roger Waters que o identificou pelo olhar e que não conseguiu conter as lágrimas."O fantasma" desapareceu tão rapidamente como apareceu. Nunca mais os membros dos Pink Floyd lhe voltaram a falar.Este encontro de Barrett fê-los reflectir sobre o caminho percorrido até então. O tema "Wish You Were Here" não é apenas sobre Syd mas sim sobre todos eles. Também os quatro Floyd gostavam que o "espírito da banda" (tão harmonioso nas gravações de "Dark Side") estivesse com eles. O Dinheiro, Fama, Poder, as Pressões Mundanas tinham acabado por os alienar da verdadeira essência dos Pink Floyd: música.As canções "Welcome to the Machine" e "Have a Cigar" centravam-se precisamente neste "caldeirão venenoso", no qual os Pink Floyd desesperadamente tentavam sair.E pode-se dizer que o conseguiram fazer da melhor maneira. A música criada em estúdios saiu-lhes cara mas era um esforço senão mais espectacular que "Dark Side".Editado no Outono 1975, "Wish You Were Here" acabou com as dúvidas. Foi número um nos dois lados do Atlântico e impôs definitivamente os Floyd como uma das grandes forças musicais do universo.

Historia de "Tears In Heaven" de Eric Clapton

Tomado pelo vício em álcool e cocaína, a pior tragédia que poderia acontecer na vida de Eric Clapton aconteceu, mas o artista encontrou nela uma inspiração para a vida e acabou por compor o seu maior sucesso musical.

Até ao nascimento de Conor, a agenda de Clapton era repleta de compromissos profissionais. Ele cumpria-os religiosamente, mas apresentava-se embriagado e sob o efeito de cocaína.
Clapton trabalhava muito, mas o seu maior trabalho era disfarçar a ressaca, um problema que tratava consumindo ainda mais álcool e drogas. Dormia duas ou três horas, e a sua nada saudável rotina diária repetia-se.
Conor nasceu na cidade de Paddington, Inglaterra, no dia 21 de Agosto de 1986, fruto de um relacionamento entre Clapton e a italiana Lori del Santo. Aquela rotina, literalmente intoxicada, começou a mudar neste momento.
Não era muito frequente o convívio entre pai e filho. Conor vivia em Itália, com a mãe, e Clapton era um músico cheio de compromissos a cumprir, por todas as partes do mundo. Porém, quando Clapton encontrava Conor, fazia questão de estar sóbrio.
A sua primeira preocupação, teve a ver com a imagem que seu filho teria do pai. Mais tarde, passou a tratar disso como um problema de saúde mesmo, porque Clapton queria ver o filho crescer e que pudesse conviver com ele mais tempo. Reflexo da história pessoal de Clapton, que não conheceu o seu pai biológico.
Clapton encontrava sempre Conor acompanhado pela mãe, e agia mais como um irmão mais velho do que, verdadeiramente, como um pai.
A 19 de março de 1991, pela primeira vez, os dois saíram juntos. Pai e filho foram ao circo, em Nova Iorque. Clapton conta que a experiência foi empolgante, perfeita, e que, finalmente, se sentiu pai de Conor. Ele queria mais momentos como aquele e chegou a exigir isso a Lori naquele mesmo dia.
Na manhã seguinte, Conor saltou de uma janela do prédio onde estava com a mãe e morreu após a queda de 53 andares.
Depois do funeral, Clapton encontrou uma carta escrita por Conor, na qual ele se dizia ansioso por encontrar o pai em Nova Iorque e terminava dizendo “eu amo-te”.
Perante uma tragédia destas, qualquer um de nós poderia esperar que Clapton regressasse ao uso abusivo de drogas. A primeira surpresa, por assim dizer, é que essa recaída não aconteceu. E, mais surpreendente ainda, é que ele passou a contar a história da morte do filho em clínicas de reabilitação para viciados em álcool, facto que encorajou muitas pessoas submetidas ao tratamento a deixarem definitivamente o vício.
O seu exemplo serviu para mostrar que, mesmo a perda de um filho, não era motivo para “mais um copo”, e Clapton percebeu que divulgá-lo seria a melhor maneira de honrar a memória de Conor.
Na maior tragédia da sua vida, Clapton encontrou inspiração para criar o maior sucesso da sua carreira, “Tears in Heaven”. Clapton, a partir de 2004 decidiu parar de tocá-la, porque é muito emocional para ser tocada em público. É uma das músicas mais pessoais de Clapton, mas para surpresa dele, a música tornou-se um hit universal. Ao contrário dos seus primeiros trabalhos, esta é uma das canções mais sensíveis e comoventes de Eric Clapton.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

António Variações, se fosse vivo, faria hoje 70 anos

António não percebia nada de música. Era um "compositor de assobio", como disse David Ferreira, da Valentim de Carvalho, a empresa que lhe gravou o primeiro álbum. "Quando me pediram para ouvir as primeiras cassetes falaram-me de um "António Cabeleireiro", "uma espécie de Frei Humano actualizado".
Se fosse vivo, António - que deixou cair no cartão de apresentação artística o nome de "António Cabeleireiro", para se apresentar ao Portugal do "Passeio dos Alegres" como António Variações - faria a 3 de Dezembro 70 anos. 
António foi, pois, um cabeleireiro que teve a coragem de se aproximar de Júlio Isidro quando o viu num salão da cabeleireira Isabel Queiroz do Vale. Mostrou-lhe uma cassete, que o apresentador ouviu e logo decidiu convidá-lo para o programa Passeio dos Alegres no domingo seguinte. Foi esse o arranque para uma "aparição" ("Aparição é mesmo o termo mais apropriado para nos referirmos à passagem de António Variações entre nós", diz Manuela Azevedo, que integrou o projecto Humanos) e uma carreira que foi "meteórica", de tão breve quanto influente. Não foi, porém, consensual, a receptividade que a música de António Variações teve na época.
"Excêntrico" e "exótico" são os epítetos mais comuns para referir a sua aparência visual e o seu estilo musical. E há também, quem, como Vítor Rua, ex-GNR e o primeiro guitarrista a acompanhar Variações no seu primeiro álbum, não se coíba agora de admitir que aquela música era, afinal "uma parolada do caneco". A verdade é que é difícil ficar indiferente ao legado deixado por António Variações.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Jeff Buckley - Do inicio à morte num flash

Jeffrey Scott Buckley (Anaheim, Califórnia, 17 de novembro de 1966 — Memphis, Tennessee, 29 de Maio 1997) foi um cantor, compositor e guitarrista norte-americano. Conhecido por seus dotes vocais, Buckley foi considerado pelos críticos umas das mais promissoras revelações musicais de sua época. Entretanto, Buckley morreu afogado enquanto nadava no rio Wolf, afluente do Rio Mississipi, em 1997. Seu trabalho e seu estilo único continuam sendo admirados por fãs, artistas e músicos no mundo todo.

Jeff Buckley passou a sua adolescência a ouvir diversos tipos de música como blues, rock e jazz. Após terminar o colegial, decidiu que a música seria o caminho a seguir. Com medo de ser comparado com o seu pai, Tim Buckley, em vez de cantar, Jeff decidiu inicialmente tocar guitarra, tendo ido estudar para o G.I.T (Guitar Institute of Technology). Diversas experiências vieram de seguida: Jeff trabalhou em estúdio, tocou em bandas de funk, jazz e punk e até mesmo na Banana Republic, de onde foi demitido após ter sido acusado de roubar uma T-shirt.

Em 1991, ao ser convidado para participar num show tributo a seu pai, Jeff resolveu cantar. A semelhança vocal com o pai (Tim Buckley) veio à tona nesse momento. Foi nesse tributo, também, que conheceu o ex-guitarrista da banda Captain Beefheart, Gary Lucas, que, impressionado com sua voz, decidiu convidá-lo para integrar a banda Gods and Monsters. Afiada tanto nas performances ao vivo como nas composições próprias, Gods and Monsters estava prestes a assinar com uma discográfica quando Buckley decidiu abandonar o projeto por achar que um contrato, naquele momento, restringiria as suas ambições musicais.

No ano seguinte começou a apresentar-se sozinho (voz e guitarra) num bar nova-iorquino chamado “Sin-é”. Foi no "Sin-é", segundo o próprio Jeff, onde mais tocou e gostava de tocar. Um lugar pequeno, onde as pessoas iam para conversar e não para ouvir alguém cantar músicas desconhecidas. Mas foi pela diferença que Jeff Buckley conquistou as pessoas que frequentavam o lugar. Foi nesse pequeno bar, sem palco, que um dos empresários da Columbia o viu cantar e tocar. Em outubro de 92 assinou com a Columbia Records para a gravação do seu primeiro álbum solo. Antes do álbum, Jeff decidiu fazer uma tourné pela Europa, só depois gravaria o primeiro álbum em estúdio. Nesse periodo, acordou também, lançar um Ep com 5 músicas, gravadas no "Sin-é".

“Grace” chegou às lojas em agosto de 1994 e foi imediatamente aclamado pela crítica e por artistas como Paul McCartney, Chris Cornell, Bono Vox (“Jeff Buckley é uma gota cristalina num oceano de ruídos”) e Jimmy Page (“Quando o Plant e eu vimos ele tocando na Austrália, ficamos assustados. Foi realmente tocante”). Apesar disso e de uma longa tourné de dois anos “Grace” vendeu muito menos do que o esperado. A música de Buckley era considerada leve demais para as rádios alternativas e pouco comercial para as rádios FM.

Em 1996, começou a trabalhar no seu segundo álbum e, contrariando a sua gravadora, que queria um disco mais comercial, chamou Tom Verlaine, do grupo Television, para a produção. Quando as gravações estavam prestes a encerrar, Jeff, insatisfeito com o resultado, decidiu que o material não deveria ser lançado e, assim, começou a compor novas canções. Foi o que fez até Maio de 97, quando finalmente chamou os colegas da sua banda para começar as gravações em Memphis, cidade onde morava na época.

No dia 29 de Maio de 1997, helicópteros sobrevoavam o Wolf River em busca duma pessoa que ali havia desaparecido. Segundo o relato do amigo Keith Foti, Jeff Buckley resolveu parar para nadar naquele rio antes de se encontrar com a sua banda. Depois de alguns minutos, Foti foi até ao carro para guardar alguns objectos, enquanto ouvia Jeff a nadar cantarolando “Whole Lotta Love”. Quando voltou, não viu mais nada. Gritou por “Jeff” por quase dez minutos e, não obtendo resposta, decidiu chamar a polícia. O corpo de Jeff Buckley foi encontrado apenas uma semana depois, dia 4 de Junho, perto da nascente do Mississippi.

O álbum póstumo, “Sketches for My Sweetheart the Drunk”, foi lançado em 1998. “Sketches” é composto por gravações que Jeff fez com Tom Verlaine, mais músicas nas quais Jeff trabalhava antes de morrer.

Em 2000, “Mystery White Boy” veio relembrar Jeff nas suas performances ao vivo.

Em 2007 surge uma compilação com os melhores êxitos de estúdio e ao vivo, este álbum contém uma versão acústica de "So Real" gravada no Japão e uma versão de "I Know It's Over" dos The Smiths nunca antes editadas.

Apesar da morte trágica, Jeff Buckley tem vindo a conquistar novos fãs. Artistas como Radiohead, Coldplay e Muse não se cansam de mencionar Jeff como uma das suas principais influências. Além disso, “Grace” é constantemente citado como um dos melhores álbuns de todos os tempos.

Band Aid - " Do they know it`s Christmas? " (Dezembro 1984)

Em 1984 Bob Geldof dos Boomtown Rats e Midge Ure dos Ultravox, uniram esforços e criaram o projecto " Band Aid " com o objectivo de empreenderam uma luta contra a fome em África. Tudo começou quando Bob Geldof assistiu em Outubro desse ano a uma reportagem na BBC sobre a fome na Etiópia. Chocado com as imagens que vira, procurou através da música fazer algo que lhe permitisse angariar fundos para combater aquele flagelo. Se a Geldof cabia a coordenação deste projecto, Midge Ure estava encarregue da produção musical. As principais estrelas da pop britânica de então foram convidadas, dando corpo ao " Band Aid ", cujo single " Do they know it`s Christmas? " alcançou o nº1 da tabela de singles britânica a 15 de Dezembro de 1984, tornando-se num intemporal hino de Natal. O projecto de Geldof e Ure não podia ter começado melhor e do outro lado do Altântico a resposta não se fez esperar. " USA for Africa " surgiu em 1985, reunindo nomes sonantes da música norte-americana. Em termos de popularidade este projecto rivalizou com o britânico (também nº1 da tabela de singles britânica a 13 de Abril de 85). Do sucesso de ambos, resultou o primeiro mega-concerto realizado à escala mundial " Live Aid " em Julho de 85. Ponto alto do movimento de luta contra a fome, foi transmitido via-satélite para todo o planeta e tornou-se no principal acontecimento musical da década de 80.

Letra e intérpretes

(Paul Young)
It's Christmas time
There's no need to be afraid
At Christmas time
We let in
light and we banish shade
(Boy George)
And in our world of plenty
We can spread a smile of joy
Throw your arms around the world
At Christmas time


(George Michael)
But say a prayer
Pray for the other ones
At Christmas time it's hard
(Simon LeBon)
But when you're having fun
There's a world outside your window
(Sting) And it's a world of dread and fear
Where the only water flowing is
(Bono joins in)
The bitter sting of tears
And the Christmas bells that are ringing
Are clanging chimes of doom
(Bono only) Well, tonight thank God it's them instead of you.


(Everyone)
And there won't be snow in Africa this Christmas time.
The greatest gift they'll get this year is life
Where nothing ever grows
No rain or rivers flow
Do they know it's Christmas time at all?

Feed the world
Let them know it's Christmas time
Feed the world
Do they know it's Christmas time at all?

(Paul Young)
Here's to you
raise a glass for everyone
Here's to them
underneath that burning sun
Do they know it's Christmas time at all?

Chorus (Everyone)
Feed the world
Feed the world
Feed the world
Let them know it's Christmas time again

Feed the world
Let them know it's Christmas time again
Feed the world
Let them know it's Christmas time again

Repeat




quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Suzanne Vega - Luka

É impossível esquecer Luka, de Suzanne Vega.

Luka é Suzanne Vega e Suzanne Vega é Luka. Não há volta a dar. É daquelas criações que se tornam maiores do que o criador e o devoram. Não é que Luka mantenha relações sádicas com Suzanne Vega. Luka é uma música delicada, púdica e embaraça-se com um olhar tímido. Luka é leve, Luka vive no andar de cima. Luka esconde-se no quarto, Luka não tem amigos. Luka veste camisola às riscas brancas e pretas.

Suzanne Vega apresentou Luka ao mundo em 1987, no álbum Solitude Standing, e o mundo apaixonou-se por ele. É uma relação que dura até hoje. Pode passar algum tempo sem que dele nos lembremos, mas basta ouvi-lo para percebermos as saudades que tínhamos. O álbum Solitude Standing produziu também um hit retardado, Tom's Dinner, que foi remisturado para se tornar mais dançável em 1990, e que não nos é estranho. Mas foi por Luka que nos apaixonámos, lamento Tom. E lamento Suzanne Vega.
Suzanne Vega inspirou-se numa criança real para escrever Luka, um rapaz chamado Luka. Damo-nos muito bem com ele e falamos muito. E vai estar connosco durante muito tempo.

BOBBY McFERRIN - Don’t worry, be happy

“In every life we have some trouble. But when you worry you make it double. Don’t worry, be happy. Don’t worry, be happy now.” Corriam os felizes anos 80,  Bobby McFerrin incitava as pessoas a não se preocuparem e para serem felizes. A música, um êxito jazzístico inesperado, rodou até à exaustão na rádio e na televisão e enraiveceu muitas pessoas, certamente. "Don’t worry, be happy", arrecadou 3 grammys e é um clássico intocável.  Este senhor tem uma extensão vocal inacreditável e já compôs álbuns inteiros apenas com a sua voz, imagine-se! Para além dos seus talentos vocais, McFerrin é também maestro e professor de música. Um senhor, é o que é. A música dos anos 80 só tem que lhe agradecer.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Madonna lança "Like a Virgin", o segundo álbum.

Há 30 anos… dia 12 de novembro de 1984.

Foi a confirmação de que o mundo da música ganhava, de facto, uma popstar. Uma futura diva. O primeiro álbum abriu caminho. A aparição no American Bandstand, de Dick Clark, deu-lhe visibilidade. Foi a grande vencedora do primeiro MTV Video Music Awards. E Like a Virgin confirmou: Madonna chegava para ficar. Para assumir o trono de Rainha da Pop para sempre.
O segundo álbum transformou a menina de 26 anos em ícone pop internacional. Sucesso comercial, com 21 milhões de cópias vendidas no mundo, colocou Madonna no topo da Billboard 200. Nem as ressalvas de alguns críticos, que preferiram o primeiro trabalho, atrapalharam o absoluto estouro do disco.
Partridge lembra que nem mesmo a recusa da Warner em dar completa autonomia e liberdade artística a Madonna na produção, foi obstáculo para o sucesso de Like a Virgin. A produção acabou nas mãos de Nile Rodgers, ex-Chic, banda de sucesso dos anos 1970, que tinha liderado o mais recente sucesso de David Bowie, o disco Let’s Dance (1983), e que regressou com tudo ao showbiz com os Daft Punk! Foi um casamento (quase) perfeito. Com brigas e discussões, sim, mas que parceria não as tem? Os destaques óbvios são a faixa-título, o primeiro single #1 de Madonna, “Material Girl”, que abre o álbum, e ainda “Into the Groove”, música que entrou no relançamento de 1985. True Blue, de 1986, daria sequência à trajectória de sucesso mundial de Madonna.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Annie Lennox lança hoje “Nostalgia”...

Uma das mais bem-sucedidas artistas de pop de sempre está de volta com novo disco, que faz uma releitura de vários clássicos intemporais.
Billie Holiday, Nina Simone, Jo Stafford e Louis Armstrong são alguns dos nomes cujos temas foram interpretados por Annie Lennox para o sétimo álbum a solo daquela que foi a vocalista dos marcantes Eurythmics.
"Nostalgia" resulta das várias horas passadas por Lennox a ver e a ouvir gravações de nomes clássicos norte-americanos com raízes nos blues, para satisfazer a curiosidade da cantora. O resultado é a recriação de clássicos como "Summertime", "I Put a Spell on You" ou "Strange Fruit", para além de temas menos conhecidos como "Mood Indigo" e "September in the Rain".
O álbum conta com a participação de Mike Stevens e é um disco profundo que traz novas roupagens a canções que surgiram inicialmente numa época de lutas por direitos civis.
Annie Lennox, conhecida activista para além de artista pop, foi eleita pela Rolling Stone como uma das 100 maiores cantoras de todos os tempos. Lennox venceu mais Brit Awards que qualquer outra artista feminina ao longo dos tempos e já foi também distinguida com diversos prémios Grammy e, inclusive, com um Óscar para melhor canção.

domingo, 19 de outubro de 2014

Simon & Garfunkel. 50 anos de um par de ases.

Arriscaram primeiras canções anos antes, continuaram a fazer história juntos até 1970, mas foi a 19 de Outubro de 1964 que lançaram o primeiro álbum, "Wednesday Morning, 3 AM"

Estes dois fizeram o que todos os miúdos sonham em conseguir mas (quase) nunca conseguem: depois de amigos na escola, seguem pela adolescência adentro a escrever canções, gravam discos, conquistam público em doses raras de ver, atropelam-se um no outro e no sucesso, separam-se, reúnem-se, separam-se outra vez (repetir esta dinâmica sempre que necessário) e ficam na história ainda a tempo de a gozarem por eles próprios e de a relatar a quem os segue. Tudo graças a uma mão cheia de discos gravados entre 1964 e 1969, com ponto de partida na edição que se fez às lojas neste mesmo 19 de Outubro mas contando 50 anos para trás. "Wednesday Morning, 3 AM", o primeiro álbum da dupla Simon & Garfunkel, começou isto tudo. Não foi o que mais vendeu, nem sequer é feito apenas de canções originais, mas em pouco mais de meia hora - seis temas para cada lado do disco - já ameaçava, já dizia "cuidado que nada será como antes". Não foi.

Para Paul Simon e para Art Garfunkel (hoje com 73 e 72 anos), a história cantada começou antes. Garfunkel era o puto maravilha que cantava em concursos de talentos, na rua, na escola, onde calhasse. E depois havia Simon, entalado entre Elvis Presley e os Everly Brothers. O rock'n'roll e as harmonias vocais moldara-lhe as primeiras ideias criativas (tirando isso só havia tempo para o baseball). Os dois acabariam por juntar ideias e gravar primeiras canções ("The Girl For Me" ou "Hey Schoolgirl"), usaram nomes como Tom & Jerry e nunca viram reconhecimento chegar-lhes perto. Nada de mais. Era só preciso mais tempo, mais espaço (Paul Simon haveria de levar guitarra e canções até Londres, em busca de outros cenários) e mais inspiração - sobretudo vinda do revivalismo folk que Nova Iorque acolheu no início dos anos 60.

Em Março de 64, esta rapaziada entra no estúdio onde Tom Wilson mandava - Wilson, o mesmo que já tinha inscrito o nome em discos de Sun Ra ou Bob Dylan (e que haveria de trabalhar com revolucionários como Frank Zappa ou os Velvet Underground). A Columbia gosta do que por ali se passa e arrisca-se a editar um primeiro álbum para a dupla que ainda não tinha nome. Ficar-se-iam pelos apelidos, à falta de ideia melhor e para que existissem dúvidas sobre o que acontecia naquelas gravações: Simon & Garfunkel, dois tipos, duas vozes, uma guitarra. Tanto em disco como em palco, que os primeiros concertos depois da estreia nos álbuns faziam-se de duas horas em palco. Dizia quem viu que não fazia falta mais nada.

A "Wednesaday Morning, 3 AM" faltavam ainda detalhes que fizeram a diferença a partir de 66 (sobretudo com "Parsley, Sage, Rosemary and Thyme"). Ficou em disco o cruzamento possível entre as duas realidades maiores da musicalidade de Simon & Garfunkel, a relação possível entre as paixões que descobriram nos anos 50 e o novo encanto que a simplicidade folk lhes despertava. E, assim sendo, nem a identidade que haveriam de criar estava ainda no ponto nem a magnífica capacidade de Paul Simon enquanto compositor estava já refinada coisa que chegasse para um longa duração de génio, do princípio ao fim. Mas já lá estava o sentido harmónico impossível de repetir fosse por quem fosse, já lá estava "The Sounds of Silence" a explicar que dali não vinham só cartas de namoro cantadas. Haveria mais e melhor, até "Bridge Over Trouble Water", de 1970, o último disco, que serviu de despedida antes de se tornar um dos álbuns mais vendidos de sempre. Simon & Garfunkel passaram tempo a mais juntos, relações assim têm sempre um prazo de validade e com estes dois não foi diferente.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

JOHN LENNON

Há  setenta e quatroanos nascia em Liverpool o homem que viria a fazer história no mundo da música e a abandonar-nos de uma forma inesperada. Fica o mito. Fica a herança. Não foi por acaso que a Rolling Stone considerou em 2008 Lennon como o quinto melhor cantor de todos os tempos...

Foi pela mão da sua mãe que recebeu a primeira guitarra, ainda adolescente, e cedo formou a sua primeira banda com colegas de escola, os Quarrymen, corria o ano de 1956.Num curto período de tempo liderou vários grupos musicais, mas logo em 1960 foi baptizado aquele que ficaria como um marco do rock: The Beatles. 

    A formação definitiva da banda aconteceu em 1962, coincidindo com a gravação do primeiro disco Love me Do, acompanhando J. Lennon na aventura meteórica de uma década, os músicos Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison. Compositor e letrista, o jovem beatle veio a fazer, nessa qualidade e com Paul McCartney, uma dupla sem paralelo. Do Cavern Club de Liverpool, onde o empresário Brian Epstein viu os Beatles pela primeira vez em 1961, para o palco do mundo foi um passo.


Os anos 60: Vietname, Movimento hippie e Beatlemania


    A década de 60 era entretanto marcada pelo conflito no Vietnam, como o era pelo clima global de uma Guerra Fria sem solução à vista, pela luta das primeiras conquistas relevantes do espaço cósmico, e via crescer no seio da juventude o movimento hippie, relutante em relação aos valores da sociedade tradicional.

     A irreverência dos Beatles, do próprio Lennon em especial, não era de todo alheia a uma geração para quem a música constituía um dos grandes prazeres, e era um cimento que permitia falar uma linguagem comum. 

    John Lennon não evitava a polémica, como quando afirmou que “os Beatles seriam mais populares que Jesus Cristo”, ou quando devolveu a Medalha de Membro do Império Britânico que recebeu de Isabel II, como forma de protesto pelo envolvimento na Guerra do Vietnam e no conflito do Biafra.


Dos Beatles ao amor de Yoko 


    Depois da fundação dos Beatles, o acontecimento na vida de Lennon foi o encontro com Yoko Ono, que conheceu em 1966 numa galeria de arte londrina. Quando, dois anos depois, se assumiram na sua relação amorosa, Lennon divorciou-se da primeira mulher Cynthia Powell, de quem tivera o filho Julian, para se casar com Yoko em Gibraltar , corria o ano de 1969. 

    Eis que, em plena lua-de-mel, o casal é protagonista do evento bed in pela paz, em que deram uma conferência de imprensa no leito conjugal do Hilton de Amesterdão. Yoko Ono, conforme representa na vida de Lennon um papel importante, acaba por interferir na relação do músico com a sua banda, a que não será alheio o facto de o cantor iniciar uma carreira solo. O álbum Two Virgins, um disco polémico pela capa , em que ambos surgem nus,  prova o afastamento de Lennon em relação aos fab four.

    A ausência dos Beatles do Festival de Woodstock, onde estiveram presentes muitos dos nomes de referência da pop-rock, não deve ser ignorada. Terá como explicação a exigência de Lennon, perante a organização, de um lugar para a Plastic Ono Band, que não foi aceite. Mas a razão mais plausível terá sido a interdição, por parte da administração Nixon, da entrada de John Lennon nos Estados Unidos.

    Em 1970, depois de gravado Let it Be, Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles. E logo no ano seguinte Lennon grava o seu hino à paz, Imagine,  e muda-se com Yoko para Nova Iorque. O casal Lennon e Yoko separa-se por pouco tempo em 1973, fase da vida do músico que inspira Mind Games. Em 1975 nasce o filho do casal, Sean, de quem Yoko engravidara à época da gravação do álbum Rock’n Roll. 

    John Lennon e Yoko Ono tinham gravado nesse ano Double Fantasy. A 8 de Dezembro de 1980, quando o ex-beatle regressava a casa, é abordado junto ao Central Park por um rapaz que, com quatro tiros, o faz despedir-se da vida da mesma forma inesperada como ele nela se lançara para o estrelato. 

    Algures, em algum tempo, John Lennon afirmou que “a vida é o que acontece, enquanto estamos ocupados a fazer outros planos”. Não estamos em crer que John Lennon tenha passado ao lado da vida. 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

AMÁLIA RODRIGUES morreu há 15 anos...

Faz hoje precisamente quinze anos que morreu Amália Rodrigues, o expoente máximo do fado. Amália trouxe para o fado poemas de grandes autores portugueses. Com a sua belíssima voz, cantou a poesia de Camões, Bocage, Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill e outros. Sem a voz de Amália nunca alguns poemas se tornariam tão conhecidos e populares. Alguns escreveram propositadamente para Amália cantar, enriquecendo o seu repertório e dando à sua voz as palavras certas e delicadas que a música acabava por adornar e emoldurar. A parceria com o compositor Alain Oulman, que compunha e musicava muitos dos poemas  que Amália cantava foi sempre muito profícua.
Amália teve uma grande projeção internacional, levando o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo e por isso mesmo lhe atribuíram o epíteto de melhor embaixadora de Portugal no mundo. Foi uma mulher forte, corajosa, lutadora e que cantava a saudade com a saudade que realmente sentia, com alma, entrega e determinação. Levou longe a nossa língua e a nossa cultura.
Tornou-se um ícone do fado, ao usar sempre vestidos compridos pretos e xailes negros por cima. Esta imagem tornou-se uma imagem de marca das fadistas da época. Adoptou também uma nova postura no fado, ao interpretar as canções colocando-se em destaque, à frente dos guitarristas.
A casa onde viveu, na Rua de S. Bento, em Lisboa, está transformada em Casa-Museu e assim os seus visitantes podem conhecer o ambiente em que Amália viveu e apreciar os seus objetos pessoais, tais como vestidos, jóias, quadros e tapeçarias. Para além desta casa em Lisboa, Amália gostava muito do litoral alentejano e ali construiu uma casa com vista para o mar na aldeia do Brejão, onde descansava durante largas temporadas e após as suas extenuantes tournées pelo estrangeiro. Esta casa, projetada pelo arquiteto Conceição e Silva, na década de 60, está agora aberta ao público como casa de turismo rural.
O que é importante hoje, após os 15 anos da sua morte, é que a sua voz continua a ouvir-se nas inúmeras gravações discográficas que nos deixou. E se há uma canção nacional, a nossa, sem dúvida nenhuma, é o fado. Amália continua a ser uma referência para os fadistas da atualidade e não raras vezes ouvimos as canções que Amália cantou na voz de jovens e talentosos fadistas. Que se continue a ouvir Amália sempre.
Para audição, proponho "Povo que lavas no rio", poema de Pedro Homem de Mello e música de Joaquim Campos para a voz única de Amália.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PET SHOP BOYS - Always on my mind

1987 foi um ano fabuloso para os Pet Shop Boys.
De uma assentada, arrancaram dois hits globais: "It's a sin" e "Always on my mind", para além de "What I have done to deserve this", com Dusty Springfield e de "Rent". Entre um e outro, venha o diabo e escolha. Fiz de diabo e escolhi: "Always on my mind". Esta música é original do rei Elvis Presley, construída para um programa de televisão. Como foi tão bem recebida, a rapaziada resolveu transformá-la num single. E tomem lá! Um dos maiores hits dos Pet Shop Boys. Foi dançar e ouvir até à exaustão. E ainda sabe muito bem ouvir.
São considerados a melhor dupla electrónica de sempre, e a ascensão deste estilo de música nos 80s deve-lhes muito. E claro, também estiveram no encerramentos dos Jogos Olímpicos 2012. Os anos 80 estiveram lá em peso.


ROUPA NOVA - Linda demais

1985, coração dos anos 80. Os Roupa Nova apanharam o balanço da banda sonora de Roque Santeiro e vai daí que, sem darmos conta, já dançávamos embalados ao som de "Linda demais".

Mas "Linda demais" não é a música que aparece na banda sonora da telenovela Roque Santeiro, essa é outra não menos famosa: "Dona". Na sua esteira seguiu "Linda demais". E quem não dançou ao som desta música que levante o braço. Claro que as coisas não ficaram por aqui, e logo depois seguiram-se outros êxitos. Até hoje. Os Roupa Nova são uma instituição da música brasileira e mesmo mundial. "Linda demais" estoirou por aí, não falhava em nenhuma sessão de slows e todas as bandas se esganiçavam nos agudos da letra.


A-HA - Take on me

Os A-ha foram fundados em 1982 e entraram na música dos anos 80 sem pedirem licença a ninguém. Fizeram muito bem. "Take on me" é puro gozo e um standard dos 80s. O seu primeiro álbum, "Hunting high and low", é um dos mais representativos da década e está carregadinho de pop de qualidade. Para noruegueses não está mal. Sim, noruegueses, porque nos 80s a música estava mais bem dividida pelas aldeias europeias, e a malta lá de cima, do norte da Europa, bombava à força. "Take on me" tomou de assalto a Europa e a América em 1985, e os A-ha devem ter as prateleiras cheias dos prémios que receberam só à pala desta década.
Em Dezembro de 2010, deram por terminada a sua carreira. O concerto final, Live at Oslo Spektrum December 4th 2010 , foi lançada em DVD, em Abril de 2011.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

23 anos do "Black Album" dos Metallica

O dia 12 de Agosto de 2014 marca os 23 anos do lançamento de um grande disco da história do Rock: O "Black Álbum", dos Metallica.
O “Black Álbum” foi o quinto disco da banda e mostrou um estilo de música mais lento e comercial que os trabalhos anteriores. Por isso, alguns fãs dos Metallica fizeram críticas e alegaram que era uma "banda vendida". As sessões de gravação tiveram um processo longo e difícil, durando mais de um ano devido a conflitos entre os integrantes. Apesar das discussões, o álbum tornou-se o mais bem sucedido dos Metallica, atingindo o topo da Billboard. Também teve bastante sucesso com a crítica especializada, tendo ganho também um Grammy.
As letras de "Black Album", escritas pelo vocalista James Hetfield, são muito mais pessoais e introspectivas. Um dos maiores sucessos do grupo é "Nothing Else Matters" ("Nada Mais Importa"). Expressa a ligação de Hetfield com uma namorada enquanto ele estava na estrada. Em "The God That Failed", fala da morte da mãe, vítima de cancro. Ela acreditava que apenas a sua fé a curaria, recusando ajuda médica. A música fala sobre promessas quebradas.
Este álbum acabava também com a tradição dos Metallica em ter uma faixa instrumental e de longa duração. Um disco imperdível!!

domingo, 10 de agosto de 2014

Especial Ian Anderson, dos Jethro Tull

O Rock n’ Roll celebra neste dia 10 de Agosto, o aniversário de um dos seus grandes nomes: Ian Anderson, cantor, compositor, guitarrista e flautista britânico, o líder da banda Jethro Tull. Completa 67 anos.
Ian Scott Anderson nasceu na cidade de Dunfermline, na EscóciaComo flautista, Ian Anderson é autodidacta. Em 1963, formou os The Blades com os seus amigos de escola. Este era um grupo de soul e blues, com Anderson nos vocais e harmónica. Em 1967, Ian Anderson mudou-se para a cidade de Blackpool e formou os Jethro Tull, banda de rock progressivo, que misturou hard rock, folk, toques de blues, jazz e letras profundas. Depois disso, Ian abandonou a sua pretensão de tocar guitarra eléctrica, supostamente por sentir que nunca seria "tão bom como Eric Clapton". Trocou a sua guitarra por uma flauta, mas continuou a tocar viola, utilizando-o como instrumento melódico. Com o decorrer de sua carreira, Anderson foi adicionando saxofone, bandolim, teclado e outros instrumentos ao seu arsenal. Além do aniversário de Ian Anderson, 2014 marca os 43 anos de lançamento do histórico disco "Aqualung", em 19 de março de 1971.
Uma curiosidadeJethro Tull foi um agricultor inglês pioneiro, do século 18, considerado um dos criadores da agricultura científica. Viveu no período da Revolução Industrial e criou o semeador mecânico em 1701.

Michael Jackson lança o primeiro disco solo: "Off the Wall"

Há 35 anos… dia 10 de Agosto de 1979.


“Chega o momento na vida de um jovem em que ele deve colocar um belo e confortável smoking, brilhantes meias brancas e seguir o seu próprio caminho. Para Michael Jackson, esse momento foi há 35 anos atrás, a 10 de Agosto de 1979. Foi quando, semanas antes do seu 21º aniversário, Jackson lançou Off the Wall, o álbum que o alçou ao status de superstar adulto e pavimentou a estrada para a sua coroação como o Rei da Pop.”
Em cinco linhas (ou um parágrafo), Kenneth Partridge sintetizou o primeiro disco a solo de Michael Jackson. No brilhante e divertido texto publicado no site da Billboard, analisa faixa a faixa o álbum divisor de águas da carreira do moonwalker. O disco da maturidade de um artista.
Hoje, 35 anos depois, Off the Wall é apontado por muitos como o melhor de Michael Jackson. De facto, está lá tudo: o funk, a pop, o rock, a disco, a soul. E, principalmente, o todo do artista. Ele está lá por inteiro, exposto, essencial, transparente e cristalino. Brilha como as suas meias brancas. Fascina como o movimento improvável da sua dança. Encanta como a beleza da sua voz. O primeiro álbum pós-Motown/Jackson 5-The Jacksons teve o toque de Midas do génio Quincy Jones. O trabalho como produtor musical do filme “The Wiz” aproximou-o de Michael, que interpretou o Espantalho e foi o único a salvar-se do mar de críticas ao longa duração. Jones viu naquele jovem talentoso uma vontade de libertação, de autonomia, de liberdade. Uma saída para fora do muro. Aceitou comandar o primeiro passo maduro da carreira de Michael. Foi, e ainda é, sucesso absoluto. Mais de 20 milhões de cópias vendidas, prémios e mais prémios, resenhas positivas e exultantes, enfim, êxito completo. As duas músicas iniciais, “Don’t Stop ‘Til You Get Enough” e “Rock with You”, continuam a embalar festinhas por esse mundo fora com muita competência. “Burn This Disco Out”, que fecha o disco, é outra bomba para levantar qualquer pista. A exemplo de “Rock with You” e de “Off the Wall”, é obra-prima de Rod Temperton, letrista britânico que escreveria nada mais nada menos que “Thriller”. Só isso!
As baladas “Girlfriend” (de Paul McCartney!) e “She’s Out of My Life” revelam o lado triste e bonito de Michael. Baladas que expõem um pouco dos fantasmas tão presentes em toda a sua vida, “companhias” fiéis a partir de um certo momento. Infeliz e tristemente. Continuando, temos ainda “Working Day and Night”, uma disco acelerada que mete toda a gente a dançar, e “Get on the Floor”, auto-explicativa! Ah, para fechar tem também uma música de Stevie Wonder, “I Can’t Help It”.
Tudo está lá, realmente. Que álbum! Off the Wall é o melhor e o mais essencial de Michael Jackson.
Ele lançaria o seu mais bem sucedido trabalho três anos depois. Thriller coroaria definitivamente Michael como o Rei da Pop.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Os 48 anos de “Revolver” dos Beatles

Hoje, dia 05 de agosto, completam-se 48 anos do lançamento de um dos maiores discos da história da música: o álbum "Revolver", dos Beatles. Uma verdadeira obra prima!
Lançado no ano de 1966, é um dos meus discos favoritos dos Beatles, pois o som da banda começou a ficar mais encorpado, saindo das maravilhosas canções do estilo “ie-ie-ie” da juventude, e ficando mais maduro.
"Revolver" é o sétimo álbum do quarteto de Liverpool e atingiu o primeiro lugar nas tabelas do Reino Unido e dos Estados Unidos. O disco marca a adesão oficial dos Beatles ao Psicadelismo. 
Para esta data especial, vou trinchar este álbum fantástico. Todas as músicas são óptimas! Três delas, têm a assinatura de George Harrison e as outras, da dupla Paul McCartney e John Lennon.

Começando por “Taxman”. Letra de George Harrison. A canção é uma grande crítica ao capitalismo exagerado. A letra mostra uma reclamação às pesadas taxas de impostos pagos pelos cidadãos britânicos.

A segunda música é um dos maiores clássicos dos Beatles, “Eleanor Rigby”. Fala sobre a solidão das pessoas mais velhas e que ninguém lhes dá atenção. A música começa assim: “Ah, look at all the lonely people”.

A próxima música é “I’m Only Sleeping”... Teria sido composta para descrever um estado de "viagem" por drogas. Além disso, a música dizia para não "me acordar", já que a pessoa estaria em estado de euforia.

“Love You To” é a quarta faixa do álbum. Mais uma letra de George Harrison e tem os sons de cítaras, incorporando um estilo bem indiano.

A quinta música é fantástica: “Here, There and Everywhere”, escrita por Paul McCartney. E o próprio Paul afirmou que a canção é uma das suas preferidas da banda, a mesma opinião do produtor dos Beatles, George Martin.

Outro hino dos Beatles: "Yellow Submarine"… Nesta viagem, a banda convida as pessoas a embarcarem no submarino amarelo da fantasia, num mundo perfeito, encontrando uma solução para tudo.

A música “She Said She Said”, teria sido escrita durante o uso de drogas… John Lennon, supostamente, inspirou-se na sua experiência com LSD. Há um trecho que diz "I know what it's like to be dead" ("Eu sei como é estar morto").

Em “Good Day Sunshine”, os Beatles dão um bom dia à luz do sol, à luz da vida!

“And Your Bird Can Sing” é outra canção que eu gosto muito. O solo de guitarra é demais.

A décima faixa do disco é “For No One”... Paul McCartney escreveu-a para a sua namorada na altura (Jane Asher).

Na seqüência, vem a música “Doctor Robert" ... mais uma supostamente escrita sobre a influência de drogas. Fala sobre um médico que receitava anfetaminas aos seus pacientes famosos. 

A faixa 12 tem "I Want To Tell You", é a terceira música deste álbum composta por George Harrison. Fala sobre a sua dificuldade em se expressar num momento em que ele vivia uma avalanche de pensamentos

A penúltima música é uma das minhas favoritas de toda a obra dos Beatles. “Got to Get You Into My Life”. Anos depois, o Paul McCartney reconheceria que a canção falava da sua experiência com a canabis e foi feita inspirada na soul music americana.

Para encerrar, a viagem de "Tomorrow Never Knows". Aliás, uma das primeiras do estilo psicadélico que faria sucesso nos anos seguintes com outras bandas. John Lennon disse que a sua fonte de inspiração foi a leitura do “Livro Tibetano dos Mortos”. Na época ele teria usado LSD.

São catorze músicas em 35 minutos neste disco de pura arte, produzidas há 48 anos, sem os recursos técnicos existentes actualmente... Mas nada actual se aproxima do som produzido pelos Beatles neste genial “Revolver”. Um álbum para quem realmente ama a boa música!!