sábado, 22 de março de 2014

My Sweet Lord... A história definitiva do plágio (Parte II)

He's So Fine é uma composição de 1963, do compositor Ronnie Mack – já falecido - e gravada pelo grupo negro americano, The Chiffons. Ninguém se deve sentir mal por não as conhecer. A música não foi um hit e, curiosamente, ganhou até mais notoriedade e execução depois da acusação de plágio envolvendo My Sweet Lord. Os direitos autorais pertenciam à Bright Tunes Editora.
The Chiffons
Nem de longe, nem de perto se pode comparar "He's So Fine" com "My Sweet Lord", em termos de qualidade da composição. George sentiu o drama ao escutá-la. Compreendeu com clareza que tinha copiado algumas notas da canção das Chiffons, e percebeu que teria problemas. Sobretudo, considerando o êxito que My Sweet Lord teve. O caso ganhou repercussão, e a Editora Bright Tunes entrou com uma acção na justiça. George veio a público e defendeu-se. Admitia o plágio, embora julgasse que o mesmo não era intencional. Penitenciou-se em programas de rádio e TV, alegando que, se tivesse estado mais atento, teria promovido pequenas modificações nos arranjos, o que evitaria as comparações e complicações. 

George também explicava que My Sweet Lord era uma western song que adaptava para o popular, o "Maha Mantra" cântico sagrado que ele costumava entoar nas suas meditações. A 07 de setembro de 1976 aconteceu o desenlace em torno do caso. Irritadíssimo, George Harrison teve que ir a tribunal defender-se das acusações de plágio. No seu livro "I Me Mine", ele revela sarcasticamente que o juiz que cuidou do caso dividiu a questão em duas partes: "Motif A and Motif B." O tal "Motivo A" indicava plágio nas notas iniciais e no trecho onde canta, "my sweet Lord." O "Motivo B" apontava plágio em cerca de cinco notas do trecho em que canta, "really want to see you." 

George contou que se fartou de ouvir em tribunal repetidas vezes as gravações de "My Sweet Lord" e "He's So Fine" para comparações. Em sua defesa, o ex-beatle chegou a dizer ao juiz que, 99 por cento da música popular vinha de uma ou outra nota ou acorde que já tinha sido criado. De nada serviu e foi condenado por plágio não consciente. Valor da indemnização, 587 mil dólares. George recorreu para não pagar, e o caso estendeu-se durante alguns anos nos tribunais. Todas as batalhas foram perdidas, e a 26 de fevereiro de 1981, quase dez anos após o lançamento de My Sweet Lord, a indemnização foi finalmente paga.

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