quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

José Cid, uma lenda viva, fez hoje 74 anos.

Há mais de  quarenta anos a encantar as massas, José Cid é um dos mais acarinhados artistas da música ligeira portuguesa. Ao longo da sua carreira participou em diversas bandas, mas foi como vocalista e teclista do Quarteto 1111, que encontrou a popularidade que o perseguiu no seu trajecto a solo, até aos dias de hoje. 

Corria o ano de 1967 quando o Quarteto 1111 imortalizou D. Sebastião, num tema inovador e arrojado para a época, “A lenda de El-Rei D. Sebastião”. Tal foi o sucesso, que no ano seguinte concorreram ao Festival da Canção com a música “Balada para D. Inês”. Os dados estavam lançados e a edição de um álbum seria o passo seguinte. Porém, em pleno regime ditatorial o disco homónimo foi silenciado pela censura política, uma vez que abordava questões sociais como a emigração e o colonialismo.
Em 1971, José Cid editou o seu primeiro álbum a solo, ao mesmo tempo que se mantinha na estrada com o Quarteto que o conduziu ao estrelato. Mas a criatividade musical era muita, e além dos diversos EP’s que foi lançando, atirou-se a um novo projecto e surgiram os Green Windows, uma banda paralela ao Quarteto 1111, com a mesma formação, mas que apostava em temas mais comerciais.

Com esta banda surgiram os concursos nacionais e internacionais. Eram presença assídua no Festival da Canção, chegando a serem galardoados em 1975 no Festival de Tóquio, com o tema “Ontem, Hoje e Amanhã”. 

Nesse mesmo ano despediu-se no Quarteto 1111, e em 1978 editou um dos melhores discos de rock progressivo de sempre “10.000 Anos Depois entre Vénus e Marte”, obtendo grande reconhecimento a nível internacional, e chegando a estar no top 100 dos melhores álbuns de rock progressivo da revista “Billboard”.
A década de 80 ficou marcada com a obtenção do primeiro lugar no Festival da Canção com o tema “Um Grande Grande Amor”, seguindo-se a gravação de temas que marcaram a música nacional, como “Portuguesa Bonita” ou “Como o Macaco Gosta de Bananas”. Mesmo ao virar da década foi a estrela do programa musical da RTP “Natal com José Cid”.

Nos dez anos seguintes José Cid editou vários álbuns, mas a sua imagem viria a ficar associada a uma foto que surgiu na imprensa, de protesto contra as rádios nacionais. A sua irreverência fê-lo pousar nú para uma revista social, como forma de protesto em relação ao facto das rádios nacionais privilegiarem os intérpretes estrangeiros, em detrimento dos portugueses.

Em 2000 editou um livro de poesia, intitulado “Tantos Anos de Poesia”, e após o lançamento de mais alguns álbuns, em 2006 actuou na mítica e renovada sala de Lisboa, “Cabaret Maxime” em duas noites completamente esgotadas. Foi a rampa de lançamento para actuações ao vivo, participações em programas televisivos e a conquista de uma camada mais jovem de fãs.

No final de 2009 editou um novo registo de originais, “Coisas do Amor e do Mar”, que contou com a colaboração de músicos, entre os quais Luís Represas e André Sardet. Ao cair do pano, foi ainda galardoado com o prémio de consagração de carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores, tendo sido o primeiro músico português a ser distinguido com este prémio.

Lenda viva, génio criativo, ou artista excêntrico e irreverente. O que é certo, é que José Cid anda há mais de 40 anos a dar cartas no panorama da música nacional. Não deixa ninguém indiferente por onde passa, e seguramente, ainda tem muito para dar e mostrar.

Para recordar fica o vídeo da música vencedora do Festival da Canção de 1980, “Um Grande Grande Amor”:

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