segunda-feira, 25 de abril de 2016

Músicas que marcaram o 25 de Abril de 1974

Músicas, senhas, sinais e cravos vermelhos - nascia há 42 anos a democracia em Portugal, e com ela a esperança que tudo pudesse mudar.
Quarenta e dois anos passados, ficam na memória dos mais velhos a mudança de regime, na dos mais novos aquilo que os nossos pais, avós e professores nos contaram.
Sabemos as dificuldades que passavam, e hoje sentimos na pele outras que nos fazem sentir outros sentimentos de revolta, e eventualmente pensar em outra revolução.
Para mim as melhores lembranças fazem-se com notas musicais, por isso deixo alguns vídeos com músicas que nos fazem viajar até uma das maiores e melhores criações do Homem: a música.
Nos 42 anos do 25 de Abril de 1974, recordamos aqui algumas das músicas mais importantes da Revolução dos Cravos que estabeleceu a democracia em Portugal. 

JOSÉ MÁRIO BRANCO - Engrenagem (1972)
Era 1972. Desterrado em Paris, José Mário Branco grava o seu segundo álbum: Margem de Certa Maneira. «Engrenagem» é uma das várias canções do disco com sabor amargo a exílio e ditadura. O que é interessante na canção é que a sua mensagem anti-rotina é expressa não só na letra mas também na própria ambiência repetitiva e desagradável da melodia e arranjos. Com este tipo de produção cuidada e inteligente, a música popular portuguesa entra num novo patamar.

(EM ACTUALIZAÇÃO)


sexta-feira, 22 de abril de 2016

Histórias bizarras na vida ainda mais bizarra de Prince

Poucos serão os artistas cuja carreira (e vida) esteve sempre rodeada de uma aura misteriosa. Prince era uma estrela da música — uma das maiores —, mas nem por isso deixou de manter um lado obscuro e privado ao qual poucos tinham acesso. Do lado de fora assistiam-se às excentricidades: a troca do nome de palco por um símbolo que ninguém percebeu, também conhecido como símbolo do amor; as roupas; ou os penteados. No fundo, tudo o que um artista precisa para se tornar numa lenda. E nem todas as histórias têm de ser necessariamente verdade.

Esta quinta-feira, Prince Rogers Nelson morreu, aos 57 anos de idade, na sua casa de sempre — Paisley Park, em Chanhassen, no estado norte-americano do Minnesota. Seis dias antes, Prince já tinha pregado um susto aos fãs quando foi hospitalizado de urgência, devido a sintomas gripais. O final, porém, não seria um feliz. Felizes foram, sim, todos os que estiveram presentes no último espectáculo do artista, sem o saberem. Na passada semana, Prince subiu ao palco do Atlanta’s Fox Theatre.
“Ele começou o concerto com um pedido de desculpas. E depois deu uma performance incrível com direito a quatro encores. Notava-se uma ligeira rouquidão na sua voz, mas podia ser apenas um indicador da doença que o tinha afectado na semana anterior”, explicou Celeste Headlee à revista People.
De Prince fica, essencialmente, a música. Mas um músico faz-se também de rumores, excentricidades, fatos curiosos e episódios hilariantes. E esses não faltam a Prince: da detenção no aeroporto depois de roubar um megafone às supostas gravações dos gemidos de Kim Basinger.

As gravações dos gemidos de Kim Basinger
Em 1989, chegava aos cinemas o filme “Batman”, de Tim Burton, abrilhantado por uma banda sonora criada por Prince. Pouco tempo depois, era também lançado o single “The Scandalous Sex Suite”, com uma colaboração invulgar: Kim Basinger, uma das protagonistas do filme, emprestava a voz a algumas das canções. 
Os gemidos da atriz foram motivo de muitos rumores e especulações, na sua maioria sobre a suposta relação íntima que nasceu entre os dois. Houve até quem afirmasseque os gemidos incluídos no tema foram gravados pelo próprio durante o ato sexual.

Tinha um salão de beleza só para si
Prince estava sempre impecavelmente vestido, maquilhado e sobretudo penteado. O seu cabelo era motivo de inveja, de homens e mulheres. Isso não acontecia por acaso. Quando em 1996, Prince comprou uma mansão em Marbella, Espanha, mandou construir um salão de beleza privado. Tão privado que nem a actual mulher, Mayte Garcia, podia usá-lo.
“Tinha de sair de casa sempre que queria arranjar o cabelo. Aquele salão de beleza não era para mim mas sim para o meu marido. O Prince precisava do seu espaço”,revelou Garcia em entrevista ao jornal inglês “The Daily Mail”, em 2006.

A música nem sempre era o mais importante
Prince era louco por basquetebol e essa paixão não facilitava a vida ao artista. Quando um concerto em Montreal, no Canadá, coincidiu com a hora de um dos playoffs dos Chicago Bulls, o músico não abdicou de assistir à partida. Ordenou aos roadies que colocassem uma pequena televisão no canto do palco para que, durante os solos, pudesse esgueirar-se e assistir ao jogo. Quando isso não era possível, uma das assistentes escrevia o resultado num cartaz para que Prince estivesse sempre a par do que estava a acontecer.

Foi preso por pregar partidas em aeroportos
Aparentemente, Prince era um grande fã dos programas de apanhados. Só isso explica os episódios revelados pelo ex-guitarrista do músico Dez Dickerson ao “New York Post”, passados em aeroportos: “Procurávamos uma cadeira de rodas vazia e ele sentava-se nela, de óculos de sol postos. Colocávamo-lo numa zona onde houvesse muita gente e lá ficava ele. Depois, tratava de atirar-se para o chão, enquanto as pessoas à volta dele o tentavam ajudar a voltar para a cadeira.”
As constantes partidas não acabaram bem para Prince. Antes de um vôo, o artista decidiu roubar um megafone. “Senhoras e senhores, alguém roubou uma peça de equipamento da companhia”, ouviu-se através do intercomunicador. Prince acabou por ser detido, um acontecimento que deu ao mundo uma das mais famosas fotos do músico.
“A brincadeira correu mal dessa vez mas acabou por ser muito engraçado porque ele acabou a noite a dar autógrafos na cadeia”, explicou Dickerson.

O tesouro escondido de Prince
Entre 1978 e 2015 lançou 39 álbuns. Digamos que Prince era um artista muito produtivo. E se os rumores estão certos, aquilo que se conhece é apenas uma amostra do trabalho de uma vida. Passava horas a compôr e a maioria dessas composições nunca foram gravadas em estúdio. O que é feito delas? Tudo indica que estejam devidamente guardadas naquilo a que chamam “O Cofre”, o repositório de todo o material, escondido algures na mansão de Paisley Park.
A lenda dizia que “se Prince morresse hoje, haveria material para editar um disco por ano até ao século XXII”.
E se Prince recusava confirmar ou negar a existência de um tal cofre, muitos outros fizeram questão de revelar pormenores. Susan Rogers, antiga engenheira do som de Prince, foi uma delas: “Fui eu que criei o cofre. Juntei-me a ele quando estava a preparar a ‘Purple Rain’ e percebi que seria inteligente juntar todas as cassetes num único sítio. (…) É mesmo um cofre de um banco com uma porta grossa, instalado na cave de Paisley Park. Quando me vim embora, em 1987, estava quase cheio.”

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Morreu Prince. O "Peter Pan multifacetado" que marcou a cultura pop do século XX.

 O autor de "Purple Rain" e "Kiss" tinha 57 anos. Foi encontrado morto em casa, nos Estados Unidos.

Falar de Prince, eu diria que é falar, talvez, do maior multinstrumentista dos últimos 30 a 35 anos, um verdadeiro ícone pop, uma verdadeira referência da cultura pop do século XX, talvez só ao nível de Michael Jackson ou David Bowie, embora com uma capacidade que o colocava alguns bons metros à frente destes dois. E porquê? Porque o Prince tocava todos os instrumentos, que depois faziam parte dos álbuns e das canções que ele gravava, ou seja, ele escrevia cada nota para cada instrumento que usava em cada uma das suas canções. Dito isto, estamos a falar de um compositor, dançarino e guitarrista que gravou cerca de 40 álbuns, vendeu mais de 100 milhões de discos, foi actor, aliás, tem um dos papeis na banda sonora que compôs, o “Purple Rain”, que é uma das bandas sonoras mais vendidas, talvez a par de “Titanic” e a “Saturday Night Fever”. Eu diria que o Prince, tal como o Bowie, é um case study, é um homem que vai ser estudado agora ao longo dos anos, vai ser descoberto através dos variadíssimos álbuns, das variadíssimas participações, das variadíssimas colaborações. Deve ser também dos poucos músicos que tinha grandes noções de gestão, porque chegou a vice-administrador de uma grande editora mundial, mas eu acho que acima de tudo falar de Prince, é falar de, talvez, a par do Jimi Hendrix foi o que esteve mais perto daquele símbolo que faz parte da nossa imagem, de cantor Soul/Blues norte-americano, negro, guitarrista, que em palco é um verdadeiro Peter Pan como era o James Brown, embora o James Brown não tocasse. Eu acho que o Prince simboliza bem isso, e nos últimos 30 ou 40 anos não me lembro, à excepção como já disse do Jimi Hendrix, não me lembro de um artista tão multifacetado e com uma veia tão avassaladora, que se revelava depois nas canções e nos concertos que dava. Hoje, dia em que é anunciada a morte dele, há também uma notícia paralela, que diz que estava praticamente fechado um concerto-surpresa em Portugal, tal como o que aconteceu no Coliseu dos Recreios em Lisboa em 2013, que esgotou e que foi uma noite arrebatadora e maravilhosa. O Prince tinha este condão, de ser o génio que era, o artista que era, o músico da dimensão que era, e depois aparecia nas discotecas em Lisboa, no meio das pessoas a cantar e a tocar, e portanto, começa a ser difícil, não é? Foi David Bowie, hoje é o Prince, e enfim… É de facto um dia triste!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Freddie Mercury tinha uma voz inigualável. Quem o diz agora é a ciência.

Freddie Mercury é, para muitos, o maior vocalista de sempre - tanto, que mesmo quem não seja fã dos Queen o consegue reconhecer. E, agora, um estudo científico da sua voz parece dar-lhes razão.
Um grupo de investigadores austríacos, checos e suecos passou os últimos anos a analisar a voz de Freddie Mercury, tendo reunido as suas descobertas e conclusões num trabalho entretanto publicado no Logopedics Phoniatrics Vocology, jornal oficial da British Voice Association.
Uma das suas descobertas foi a de que Mercury, apesar de ser reconhecido como tenor, era provavelmente barítono, tendo para tal analisado seis entrevistas do músico e descoberto uma frequência média de fala de 117.3 Hz.
Não só isso, como ainda contrataram um vocalista profissional, Daniel Zangger-Borch, para imitar a voz de Mercury, de forma a poder filmar a sua laringe e observar exactamente como o vocalista dos Queen criava a sua voz.
Este trabalho de investigação só confirma o que todos já sabiamos: Freddie Mercury possuía uma voz única.