quinta-feira, 9 de outubro de 2014

JOHN LENNON

Há  setenta e quatroanos nascia em Liverpool o homem que viria a fazer história no mundo da música e a abandonar-nos de uma forma inesperada. Fica o mito. Fica a herança. Não foi por acaso que a Rolling Stone considerou em 2008 Lennon como o quinto melhor cantor de todos os tempos...

Foi pela mão da sua mãe que recebeu a primeira guitarra, ainda adolescente, e cedo formou a sua primeira banda com colegas de escola, os Quarrymen, corria o ano de 1956.Num curto período de tempo liderou vários grupos musicais, mas logo em 1960 foi baptizado aquele que ficaria como um marco do rock: The Beatles. 

    A formação definitiva da banda aconteceu em 1962, coincidindo com a gravação do primeiro disco Love me Do, acompanhando J. Lennon na aventura meteórica de uma década, os músicos Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison. Compositor e letrista, o jovem beatle veio a fazer, nessa qualidade e com Paul McCartney, uma dupla sem paralelo. Do Cavern Club de Liverpool, onde o empresário Brian Epstein viu os Beatles pela primeira vez em 1961, para o palco do mundo foi um passo.


Os anos 60: Vietname, Movimento hippie e Beatlemania


    A década de 60 era entretanto marcada pelo conflito no Vietnam, como o era pelo clima global de uma Guerra Fria sem solução à vista, pela luta das primeiras conquistas relevantes do espaço cósmico, e via crescer no seio da juventude o movimento hippie, relutante em relação aos valores da sociedade tradicional.

     A irreverência dos Beatles, do próprio Lennon em especial, não era de todo alheia a uma geração para quem a música constituía um dos grandes prazeres, e era um cimento que permitia falar uma linguagem comum. 

    John Lennon não evitava a polémica, como quando afirmou que “os Beatles seriam mais populares que Jesus Cristo”, ou quando devolveu a Medalha de Membro do Império Britânico que recebeu de Isabel II, como forma de protesto pelo envolvimento na Guerra do Vietnam e no conflito do Biafra.


Dos Beatles ao amor de Yoko 


    Depois da fundação dos Beatles, o acontecimento na vida de Lennon foi o encontro com Yoko Ono, que conheceu em 1966 numa galeria de arte londrina. Quando, dois anos depois, se assumiram na sua relação amorosa, Lennon divorciou-se da primeira mulher Cynthia Powell, de quem tivera o filho Julian, para se casar com Yoko em Gibraltar , corria o ano de 1969. 

    Eis que, em plena lua-de-mel, o casal é protagonista do evento bed in pela paz, em que deram uma conferência de imprensa no leito conjugal do Hilton de Amesterdão. Yoko Ono, conforme representa na vida de Lennon um papel importante, acaba por interferir na relação do músico com a sua banda, a que não será alheio o facto de o cantor iniciar uma carreira solo. O álbum Two Virgins, um disco polémico pela capa , em que ambos surgem nus,  prova o afastamento de Lennon em relação aos fab four.

    A ausência dos Beatles do Festival de Woodstock, onde estiveram presentes muitos dos nomes de referência da pop-rock, não deve ser ignorada. Terá como explicação a exigência de Lennon, perante a organização, de um lugar para a Plastic Ono Band, que não foi aceite. Mas a razão mais plausível terá sido a interdição, por parte da administração Nixon, da entrada de John Lennon nos Estados Unidos.

    Em 1970, depois de gravado Let it Be, Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles. E logo no ano seguinte Lennon grava o seu hino à paz, Imagine,  e muda-se com Yoko para Nova Iorque. O casal Lennon e Yoko separa-se por pouco tempo em 1973, fase da vida do músico que inspira Mind Games. Em 1975 nasce o filho do casal, Sean, de quem Yoko engravidara à época da gravação do álbum Rock’n Roll. 

    John Lennon e Yoko Ono tinham gravado nesse ano Double Fantasy. A 8 de Dezembro de 1980, quando o ex-beatle regressava a casa, é abordado junto ao Central Park por um rapaz que, com quatro tiros, o faz despedir-se da vida da mesma forma inesperada como ele nela se lançara para o estrelato. 

    Algures, em algum tempo, John Lennon afirmou que “a vida é o que acontece, enquanto estamos ocupados a fazer outros planos”. Não estamos em crer que John Lennon tenha passado ao lado da vida. 

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