sábado, 30 de setembro de 2017

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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Morreu DANIEL BACELAR, o primeiro músico de rock português

"Fui Louco Por Ti”, 1960. Daniel Bacelar foi o autor daquele que é considerado o primeiro tema de rock em Portugal, cantado em português. O músico de 74 anos morreu esta sexta-feira, 29 de setembro. Sofria de um cancro.
O músico começou por se destacar aos 17 anos quando venceu o concurso “Caloiros da Canção” da Rádio Renascença. Nessa década de 60, gravou vários discos e dava concertos regularmente no Teatro Monumental, em Lisboa.
Entretanto retirou-se dos palcos e estúdios, mas foi aparecendo aqui e ali. Em 2009, foi convidado por Rita Redshoes para interpretar ao vivo “Lonesome Town”, de Ricky Nelson, no Festival dos Oceanos, em Lisboa. Daniel Bacelar preferia fazer estas versões cover e deixou para trás temas próprios como “Sem Ti”, “Porque Será” ou “Um Mundo Sem Amor”.
Parte da sua história foi contada em 2011 no documentário “Meio Metro de Pedra”, realizado por Eduardo Morais, sobre a evolução e os primeiros passos do rock português.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

THE BEATLES editaram "Abbey Road" há 48 anos.

Entre aspirantes a músicos é comum dizer-se que a prova de fogo advém de se saber interpretar um tema dos Beatles. Normalmente, a escolha recai em "Help" ou "Revolution" assumindo-se, e bem, que a partir daí não serão necessários muitos acordes para obter resultados artísticos satisfatórios. O meu contacto inicial com os Fab Four aconteceu com a colectânea "20 Greatest Hits", de 1982. Os primeiros afloramentos do mito vieram ao som de "She Loves You" e "A Hard Day´s Night", mas ainda não eram suficientes para um chamamento total.
 Seriam precisos sete anos e a descoberta do LP "Abbey Road", para entender o que eram os Beatles e o porquê da sua longevidade. À partida, o álbum de 1969 representava a derradeira gravação do conjunto, embora "Let It Be" fosse o último trabalho a ser editado. O acontecimento, por si só, conferia um estatuto especial ao disco da famosa passadeira londrina e lançava uma questão pertinente: Seria possível repetir a magia dos álbuns anteriores ?
A ideia inicial do produtor George Martin, mas também de Paul McCartney, consistia em fazer com que a banda pensasse em termos sinfónicos e numa combinação de uma ou mais músicas tocadas em conjunto, visando a obtenção de uma peça musical única. Para John Lennon, tudo se resumia a uma série de temas lineares e a condensação em diferentes vinhetas era pouco satisfatória. Tudo se resolveria e a solução de compromisso seria adoptada, contemplando as duas linhas de pensamento.
A edição ocorreu a 26 de Setembro de 1969 e o produto final era convincente. As honras de abertura caberiam a Lennon com o excelente blues rock de "Come Together", que incluía uma notável linha de baixo de McCartney e um elegante refrão pop. Por seu turno, George Harrison fazia progressos assinaláveis, compondo uma das mais belas baladas de sempre, "Something", encontrando a inspiração na sua mulher Pattie Boyd. A alternância às várias canções Lennon/McCartney e às duas de Harrison seria quebrada pelo único tema de Ringo Starr, "Octopus´s Garden". Nele, encontramos um agradável exercício country com um solo de guitarra encantador. Um dos pontos altos de um trabalho que não tem pontos baixos é "Because". A inspiração de Lennon para compor o tema foi a Moonlight Sonata de Beethoven, tocada ao contrário por Yoko Ono. Realce para a belíssima harmonia vocal e letras simples, abrilhantadas por um sintetizador moog.
A parte de leão do outrora lado B caberia a McCartney com o seu medley, juntando pequenas melodias conjugadas entre si. Dentro desse notável segmento da arte popular do século XX, não há como escapar a "You Never Give Me Your Money" e a "Golden Slumbers". A primeira peça representava a tradução musical de uma separação eminente e de negociações sem vista à vista: "You never give me your money / You only send me your funny papers". O fundo musical consisitia numa balada ao piano a que se juntariam harmonias vocais, para irromper numa torrente de guitarras.
Para compor "Golden Slumbers", McCartney inspirou-se numa canção de embalar do século XVII, de Thomas Dekker, criando uma melodia original e intemporal. É impossível ficar indiferente a "Abbey Road" e aos seus momentos de pura beleza, vide o solo de guitarra de Harrison em "Carry That Weight". Na realidade, os Beatles nunca tocaram ou cantaram juntos com tanto brilhantismo e coesão depois de "Revolver". As diferentes sensibilidades e as circunstâncias que o envolveram fazem dele o mais apropriado canto do cisne da melhor banda de sempre.