quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Vinicius de Moraes (1913-1980)

Vinicius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de Outubro de 1913. Foi aquele poeta que qualquer cantor queria ter por perto. O poetinha, que também foi diplomata, jornalista e dramaturgo, transpirava poesia. Era impossível não ficar rendido aos seus sonetos, à sua eterna arte de seduzir e conquistar através da palavra.
A vida boémia e de excessos que levou durante cinco décadas não permitiu tê-lo entre o reino dos vivos mais de sessenta e seis anos, mas a genialidade dos seus textos deram-lhe um visto gold para a eternidade, através das belíssimas canções que nasceram da sua caneta.
Sem surpresa, Vinicius cantou o Amor. De uma maneira intensa e persuasiva, bela e provocante, a que ninguém ficava indiferente. Foi ele o criador da imortal “Garota Ipanema” que desarma qualquer um no primeiro verso “Olha que coisa mais linda” e termina de modo sublime “Ah, se ela soubesse/ Que quando ela passa/ O mundo inteirinho se enche de graça/ E fica mais belo/ Por causa do amor”.
Vinicius eram um excelente parceiro. Além da eterna parceria com o uísque, formou nove parcerias conjugais dando razão a uma das suas mais célebres frases – “O Amor é eterno enquanto dura” -, mas aquelas que ficaram mais célebres foram as que assinou com Toquinho, Tom Jobim, João Gilberto, Chico Buarque, Carlos Lyra.
Há várias canções escritas por Vinicius que revisito, de quando em vez, no entanto há duas que aprecio pela sua qualidade poética, simplicidade e pelo impacto que tiveram na carreira do poetinha e de outros nomes grandes da cultura brasileira: “Chega de Saudade” e “Eu sei que vou te amar”. São dois saborosos frutos da parceria com o amigo Tom Jobim, nos maravilhosos anos cinquenta, da música popular brasileira.
No poema “Chega de saudade”, Vinicius declara a saudade como uma coisa triste e causador de sofrimento. Ele que sempre foi um prático, achou que as saudades eram coisa para morrer entre “abraços apertados, beijos e carinhos”. Curiosamente há outro texto do poetinha em que ele reconhece todas as agruras e sofrimentos do Amor. Em “Tempo de Amor”, Vinícius declara:

”Ah, bem melhor seria
Poder viver em paz
Sem ter que sofrer
Sem ter que chorar
Sem ter que querer
Sem ter que se dar

Mas tem que sofrer
Mas tem que chorar
Mas tem que querer
Pra poder amar”

Como diria o grande Camões, Vinicius é um fogo que arde e que se vê. Nas suas poesias, há sempre paixão, erudição e muito amor. Reservei para o final, o poema de Vinicius de Moraes que mais gosto – Eu sei que vou te amar -, cujos méritos são sobejamente conhecidos, de tal forma  que grandes vultos da música brasileira como Caetano Veloso, Tom Jobim, Ivete Sangalo, Elis Regina e Ana Carolina não resistiram a cantá-lo. Vale sempre a pena ouvi-lo, em qualquer interpretação.

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