terça-feira, 6 de março de 2018

David Gilmour lança "On an Island", o seu 3º álbum a solo, há 12 anos.

“Remember that Night…white sails in the Moonlight…”

Já lá vão 24 anos desde o último disco de estúdio dos Pink Floyd – “The Division Bell”!
David Gilmour, ao contrário do que muitos pensaram, decidiu não prolongar por muito mais tempo a carreira do grupo “post- Roger Waters”.
Nos sete anos seguintes, a carreira musical ficou para trás. Montou uma empresa de aviões, casou-se, teve filhos e ajudou as mais diversas causas humanitárias pelo mundo fora. E foi precisamente por essas causas, que Gilmour voltou acidentalmente ao activo.
Estávamos em Julho de 2005. Bob Geldof organizador do “Live 8” consegue convencer os Pink Floyd (Gilmour, Mason e Wright) a juntarem-se a Roger Waters para uma actuação única e histórica em Hyde Park.
O grupo conseguiu não só convencer os mais cépticos (que nunca acreditariam em tal reunião), como também uma geração nova de fãs, ávidos de voltar a ver os Pink Floyd ao vivo. Nos meses seguintes, gerou-se uma enorme expectativa sobre o regresso dos Floyd à ribalta. Contudo, David Gilmour (detentor legal sobre os direitos de utilização do nome do grupo) optou por negar todos os rumores e pôs um ponto final na carreira da banda de Dark Side of the Moon.
"On an Island" foi o terceiro disco a solo de Gilmour, depois de "David Gilmour" (1978) e "About Face" (1984). A acompanhar o guitarrista, está um elenco de luxo: Rick Wright, teclista dos Pink Floyd; Guy Pratt, baixista das últimas digressões dos Pink Floyd; Robert Wyatt, vocalista e baterista dos Soft Machine e Phil Manzanera, guitarrista dos Roxy Music e co-produtor do álbum.
Musicalmente, o álbum é irrepreensível e transporta-nos imediatamente para os ambientes de nostalgia “Floydiana”. Basta escutar o primeiro tema, “Castellorizon” e está lá tudo. Os solos de guitarra imaculados, os teclados ambientais a juntar aos efeitos sonoros tão característicos da história da banda.
A voz de Gilmour continua fresca, no tema “On an Island” encontram-se afinidades com “Echoes” (de Meddle, 1971) e “Fat Old Sun” (de Atom Heart Mother, 1970). Liricamente é o melhor tema do álbum, com as vocalizações de Graham Nash e David Crosby a brilhar por entre os olhares do céu estrelado e viagens perdidas no meio do Oceano.
A nostalgia do tempo que já passou (“Pocket Full of Stones”), as pressões da meia idade (“Take a Breathe”) acabam por afectar a maré de um álbum, onde as letras a atirar para o Phil Collins, são o ponto menos bem aproveitado do disco (escute-se “This Heaven” ou “Smile”).
Polly Samson, jornalista e mulher de Gilmour, não tem certamente a visão “newtoniana” e inspirativa de um Roger Waters ou a alucinação criativa de um Syd Barrett. Não é propriamente um disco dos Pink Floyd, mas não anda longe. 

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