Falar de Jeff
Buckley é falar de sensações. Dono de uma voz fora do comum e com reconhecidos
dotes na composição, as suas músicas são uma mistura agridoce de emoções
exacerbadas no tom melodioso da sua voz. Com uma curta carreira e com apenas um
álbum de estúdio lançado, o mundo viu as águas do rio Wolf engolirem um dos
maiores talentos do universo musical, há dezoito anos atrás. Foi no dia 29 de Maio de 1997. E, é em nome
dessa prematura e trágica perda que relembramos hoje o legado de Jeff Buckley.
Jeffrey Scott Buckley
nasceu a 17 de novembro de 1966 e cedo decidiu que a música era o caminho a
seguir. Fruto da controversa relação entre Mary Guibert e Tim Buckley, Jeff foi
sempre conhecido por Scott Moorhead, em referência ao seu segundo nome e ao
sobrenome do seu padrasto. Após a morte do pai, com quem esteve apenas uma vez
aos 8 anos de idade, este passou a usar o seu verdadeiro nome.
As semelhanças com Tim
Buckley são notórias e à partida as comparações com o mesmo seriam inevitáveis.
As ideias pré concebidas que pudessem existir acerca da sua música levaram Jeff
Buckley a dedicar-se inicialmente à guitarra, tendo mesmo aprofundado os
estudos na Guitar Institute of Technology. Jeff namorava com a guitarra e a
cumplicidade entre ambos ainda se sente no sussurrar de cada nota.
“Grace”
mantém-se fresco tantos anos depois e prosperou à morte do seu criador. Nas
suas prestações ao vivo Buckley parecia abstrair-se de todos de forma a
alcançar o verdadeiro sentido que cada música carrega.
Apesar de jovem e do crescente
sucesso Jeff Buckley, que já se tinha mostrado convicto do seu papel no mundo
da música, não se deixou corromper pelas exigências da indústria musical que
pretendia um disco mais comercial e pouco trabalhoso para o ouvinte de forma a
alcançar um mais vasto público. Mas ainda assim, o músico aquando do término
das gravações dos novos temas decidiu não lançar o material por se sentir
insatisfeito com o mesmo. De imediato começou a trabalhar em novos temas até
maio de 1997 quando, e já com a banda reunida para as novas gravações, este
desaparecia enquanto nadava. O corpo só foi encontrado uma semana mais tarde e
trouxe aos mais cépticos a lamentável confirmação do seu precoce
desaparecimento.
No ar permanecerá para
sempre a dúvida acerca de como teria sido a carreira deste génio perdido, que
não teve tempo de construir a mesma. Mas, mais do que falarmos de Jeff Buckley
é fundamental ouvi-lo/senti-lo.
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