Hoje o mundo do cinema e da música foi abalado pela morte de James Horner. O nome pode não dizer nada à maioria das pessoas, mas se acrescentarmos que estamos perante, provavelmente, o maior criador de bandas sonoras do cinema dos últimos anos, aí o caso muda de figura. Um estúpido acidente de aeronave tirou a vida a um criador sublime, que deu uma dimensão especial e única a filmes como Titanic, Avatar, Braveheart, Beautiful Mind, Aliens, Field of Dreams. Várias vezes nomeado para óscar de melhor banda sonora, Horner havia de triunfar por duas vezes: em “Titanic”, com aquele fabuloso “My heart will go on” que Céline Dion fez subir ao Olimpo, e em “Avatar”, onde Horner introduziu doze temas maravilhosos que em muito enriqueceram o filme e o ajudaram a triunfar.
É curioso pensar o quanto a música de Horner contribuiu para o sucesso de Titanic. Parecem feitos um para o outro e não conseguimos imaginar toda a emoção romântica que sentimos ao ver Titanic sem a música de Horner. No entanto, só a persistência de Horner e Will Jennings conseguiram convencer o realizador Cameron a ouvir a versão-demonstração que Céline Dion gravara. Obviamente, Cameron só podia aproveitar aquele diamante único que Horner lhe punha nas mãos, como já fizera noutras ocasiões em que trabalharam juntos.
Horner tinha um dom especial para criar bandas sonoras épicas, glamourosas e sedutoras. Sabiam criar uma música que ia de encontro ao coração do filme, ajudando o espectador a vivê-lo com uma profundidade que, muitas vezes, tocava o sublime.
Acontece frequentemente não darmos o devido valor aos criadores das bandas sonoras dos filmes. Muitas vezes a realização, a interpretação dos actores, a excelência do argumento esmagam aquele material delicado e único que fez o filme melhor e mais completo. Poucas vezes fazemos a justiça devida aos criadores de música tão emocionante e de difícil criação, pois criar algo que encaixe perfeitamente num produto cinematográfico de grande qualidade não é tarefa fácil. Só está ao alcance dos melhores como era o caso de Horner. Quando voltarmos a deixar cair umas lágrimas ao rever o Titanic ou o Braveheart, era bom que nos lembrássemos que James Horner tem alguma responsabilidade nisso.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.