quarta-feira, 30 de março de 2016

Eric Clapton faz hoje 71 anos (Parte II)

A autobiografia de Eric Clapton é essencial para qualquer admirador do guitarrista e não só. Ao longo da obra, Clapton explora todas as facetas da sua vida, tal como sempre explorou o braço da guitarra. A amizade, os problemas pessoais, o amor, a espiritualidade, o amadurecimento e principalmente a música, encontram lugar naquele que foi considerado o livro de memórias mais aguardado durante décadas.
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A obra relata o triunfo da música sobre a adversidade. O próximo passo será, sem dúvida, o filme. Mas a vida de Eric já daria um filme há 30 anos. Depois de ter influenciado várias gerações de guitarristas e de ter transformado a música, Clapton descreve as suas experiências em prosa. Se a compararmos com a biografia de Ray Coleman, notamos que os factos coincidem. A circunstância de Clapton ter mantido um diário desde sempre, também o ajudou a redigir este texto. Aliás, disponibilizara-o a Coleman.
“A minha vida divide-se em três fases”, revela Eric Clapton. “A fase do meio foi a mais delicada e, infelizmente, é aquela que mais interessa às pessoas… envolver-me com drogas, mulheres, o lado sombrio e perder-me. E, depois, o regresso a mim mesmo. E a música refletiu isso.”
As histórias sobre alguém que desce aos infernos e regressa são muito apreciadas. Ao contrário de outros nomes da música, que adquiriram estatuto de lenda – tal como os seus amigos Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan –, Eric Clapton sobreviveu para contar.
“Desde pequeno que aprecio os diferentes aspetos da literatura inglesa, e a sintaxe e a gramática sempre me fascinaram. As únicas disciplinas em que era bom, na escola, excetuando a arte, foram inglês e literatura inglesa, embora isso não me qualifique necessariamente para escrever isto e achar que interessará a outras pessoas.”
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Ninguém se consegue esconder atrás das palavras, e Clapton é disso exemplo. Relata o modo como cresceu e ficou fascinado pela música desde jovem. “As pessoas dizem sempre que se lembram exatamente onde estavam no dia em que Kennedy foi assassinado. Eu não me recordo, mas recordo-me de entrar no recreio da escola no dia em que Buddy Holly morreu e da emoção que pairava no ambiente. Aquele lugar parecia um cemitério, ninguém conseguia falar, estávamos todos em choque. De todos os heróis musicais da época, ele era o mais acessível e autêntico. Não era espalhafatoso, mas sim, um guitarrista a sério e, para cúmulo, usava óculos. Era como se fosse um de nós. Foi espantoso o efeito que a sua morte teve. Alguns dizem que a música morreu com ele. Para mim, pareceu abrir-se.”

UMA QUESTÃO DE METABOLISMO

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Eric moeu a paciência ao avô para lhe comprar uma guitarra, mas não foi um início auspicioso. “Tratou-se claramente de um caso de pôr o carro à frente dos bois, já que eu nem sabia afinar uma guitarra e muito menos tocá-la.”
“Não havia ninguém que me ensinasse, por isso, tentei aprender sozinho, o que não foi fácil. Para começar, não pensava que fosse tão grande, era quase do meu tamanho. Quando pegava nela, os meus dedos nem sequer conseguiam rodear o braço ou pressionar as cordas.”
“Afigurava-se uma tarefa impossível e senti-me vencido. Ao mesmo tempo, fiquei incrivelmente empolgado. A guitarra era muito brilhante e, de certa maneira, virginal. Era como um artefacto doutro universo, tão fascinante e, quando tentava tocar, sentia-me mesmo a entrar no território dos crescidos.” As coisas pioraram quando partiu uma corda. “Como não tinha outras, tive de aprender a tocar só com cinco, e assim fiz durante bastante tempo…”
Abandonado pelos pais e acarinhado pelos avós, Eric tornou-se um fanático por música, mas os blues foram desde logo uma paixão. “Havia algo de primitivamente apaziguador naquela música; afetou-me o sistema nervoso.” Começou a praticar com afinco a estrutura básica dos blues: “Trabalhei naquilo até sentir que fazia parte do meu metabolismo.” Em Charing Cross Road e Denmark Street, havia diversas lojas de instrumentos, e Clapton confessa que, para ele, eram como lojas de doces:
“Ficava horas a olhar para as guitarras elétricas, especialmente à noite, quando as montras se mantinham iluminadas.”

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CLAPTON IS GOD

Eric Clapton 2 parts (1)Em breve, começou a tocar com os Yardbirds, com os John Mayall’s Bluesbreakers e, a seguir, fundou os Cream. Com pouco mais de 20 anos, era já famoso e a sua fluidez espantava as plateias. Era o protótipo do guitar hero, um virtuoso enigmático, originando a que o grafitti “Clapton is God” surgisse nas paredes londrinas. Mas, ao longo do livro, nota-se alguma falta de habilidade em lidar com as atenções. O que marcou realmente Eric foram pormenores como a ocasião em que Aretha Franklin gravava o álbum Lady Soul em Nova Iorque: “Tiraram todos os guitarristas do estúdio e puseram-me lá. Fiquei muito nervoso porque não sabia ler música, e eles tocavam por pauta. Aretha entrou e cantou «Be As Good To Me As I Am To You» e toquei. Tenho de dizer que participar nesse álbum, com todos aquele músicos incríveis, ainda é um dos pontos altos da minha vida.”
Durante o período dos Cream, conheceu Pattie Boyd, mulher de George Harrison e ficou admirado com uma criatura “cuja beleza parecia vir do interior”. A paixão arrasadora e a inacessibilidade de Boyd precipitaram uma fase de criatividade extraordinária, seguida de um período de reclusão, em que Eric se fechou na sua mansão, Hurtwood Edge, consumindo heroína. Como Clapton tinha pânico às agulhas, não se injetava, pelo que gastou fortunas no produto, inalando-o. Gastava, por semana, cerca de 10 mil euros em heroína (pelos câmbios atuais).
A sua natureza sensível era presa fácil do conforto da droga, e foram vários os amigos que tentaram resgatá-lo, mas o guitarrista só concordou em reabilitar-se dois anos depois. Durante esse período, encarou alguns dos seus dilemas. “A religião interessava-me, mas sempre resisti a doutrinas, e a espiritualidade que experimentara até então, na minha vida, fora abstrata e desalinhada de qualquer religião reconhecida. Para mim, o veículo mais fiável para a espiritualidade sempre provou ser a música. Não pode ser manipulada, politizada e, quando é, isso torna-se imediatamente óbvio.”
 Em 1975, participou na ópera-rock Tommy dos The Who, interpretando um pregador de uma curiosa igreja que endeusa Marilyn Monroe, cantando «Eyesight to the Blind», um dos melhores momentos do filme.
Clapton era mais do que uma lenda, tornara-se numa figura mitológica. As suas plateias, agora, eram estádios e já não precisava de pertencer a uma banda. Milhares de pessoas saudavam o tímido guitarrista com aplausos ensurdecedores, como se estivessem, ironicamente, numa estranha igreja.
Yvonne Elliman e Eric na digressão de 461 Ocean Boulevard.
Yvonne Elliman e Eric numa das esgotantes digressões nos anos 70.

O fenómeno sustentou-se ao longo dos anos. Dominou os concertos do Prince’s Trust, esgotou concertos a fio no Royal Albert Hall, com orquestra e sem ela e, em 1993, deixou o Madison Square Garden a seus pés, ofuscando todos os participantes na homenagem a Bob Dylan.

A FALÁCIA

Durante a fase Derek and the Dominos.
Durante a fase Derek and the Dominos.

Apesar de ter dedicado a vida à música e de ser autor de muito do trabalho de guitarra mais espantoso de sempre, E.C. também assinou vários discos medianos como No Reason To Cry, August ou Backless; o período dos anos 80 é efémero, bem como o anticlímax que foi o seu álbum homónimo de estreia a solo. O grande segredo de ‘Slowhand’ foi ter tido sempre uma aproximação respeitosa à sua arte. Contudo, nos anos 70, chegou a dar um concerto inteiro estendido no palco. “Ninguém achou nada estranho. Provavelmente o público também estava bêbedo”, admite.
Se a estrada do excesso leva realmente ao palácio da sabedoria, Clapton formou-se com mérito. Durante a década de 70 e grande parte da década de 80, quase foi destruído por outro vício que lhe minou a saúde mental e física. Por pouco não se matou num acidente de automóvel, as suas atuações tornaram-se cada vez piores. Passou noites com uma garrafa de vodka, um grama de cocaína e uma espingarda em cima da mesa, a contemplar o suicídio.
“Costuma dizer-se ‘beber para esquecer’”, reflecte Eric, “mas a grande falácia do álcool é essa. Só amplia os problemas. Eu bebia para banir um problema e, quando ele não desaparecia, bebia mais, pelo que a finalidade do meu hábito era uma loucura”.
Cortou radicalmente e, durante um jantar, começou a ver a sala andar à roda. “Acordei na ambulância e vi Pattie assustadíssima a olhar para mim. No hospital, disseram-me que se tratara de uma crise motivada por abstinência súbita.”
O problema de Clapton mergulhou-o no desespero. No início dos anos 80, concordou em reabilitar-se, viria a ter uma recaída e, durante a segunda desintoxicação, na clínica de Hazelden, apercebeu-se subitamente da gravidade do seu estado. “De repente, as pernas cederam, como se por vontade própria. Na privacidade do meu quarto, pedi ajuda. Não sei com quem pensava que estava a falar. Só sabia que chegara ao fim da linha. Já não podia lutar com mais nada.” Dias depois, apercebeu-se de uma transformação. “Um ateu provavelmente diria que foi uma mudança de atitude e até é verdade, mas foi mais do que isso. Eu encontrara um lugar onde pedir ajuda, sempre soube que ele estava lá, mas nunca quis ou precisei de acreditar nele.”
Começou a rezar: “Todas as manhãs, pedindo ajuda, e à noite, para expressar gratidão pela minha vida e, acima de tudo, pela minha sobriedade. Nunca tive problemas com a religião e as matérias espirituais sempre me suscitaram grande curiosidade, mas a minha busca afastou-me da igreja e das congregações, à medida que enveredava por uma jornada interior. Antes de a minha recuperação ter começado, encontrei o meu deus na música e nas artes, com escritores como Herman Hesse e Khalin Gibran, e músicos como Muddy Waters, Howlin’ Wolf e Little Walter. De algum modo, o meu deus sempre esteve comigo, mas agora aprendi a falar com ele.” Em 1987, após inúmeros retrocessos, Clapton parou definitivamente de beber. Outro grande motivo foi a paternidade.
Em finais dos anos 60, aos 20 e poucos, Eric já tocava com um dos seus heróis: B. B. King.
Em finais dos anos 60, aos 20 e poucos, Eric já tocava com um dos seus heróis: B. B. King.

“O” MOMENTO

Quando começou a escrever sobre a morte do seu filho, os editores pediram mais. Clapton respondeu: “Apenas posso escrever sobre como é difícil regressar a esses tempos. Só escrever sobre isso me aterroriza.” Eric tinha uma filha, Ruth, de um relacionamento anterior, que vivia com a mãe e não se dava com o pai. Quando Conor nasceu, Clapton estava ansioso por testemunhar o momento:
Eric Clapton 2 parts (22)“Tinha a sensação incrível de que ia ser a primeira coisa importante que me acontecera. Até então, a minha vida parecera uma série de episódios com pouquíssimo significado. Só me pareceu real quando me desafiava a mim mesmo musicalmente. Tudo o resto, o álcool, as digressões, até a minha vida com Pattie, tinha um ar de artificialidade. Quando o bebé finalmente nasceu, deram-mo para pegar nele. Fiquei extasiado, senti-me tão orgulhoso… embora não fizesse ideia de como se pegava num bebé.”
Clapton analisa a relação que tinha com a criança, a pessoa mais importante da sua vida, “um ser angelical”, adorado por todos, desde o manager aos amigos. Em março de 1991, o telefone tocou e a mãe gritou-lhe que Conor estava morto.
“Lembro-me de percorrer Park Avenue e de pensar, ‘está tudo bem’… como se alguém se pudesse ter enganado num assunto destes.” Quando passou pelo prédio onde o acidente ocorrera, viu uma fila de polícias e paramédicos e caminhou em frente, sem coragem para enfrentar a situação. Arranjou forças para recuar, identificou-se e informaram-no de que o filho caíra do 53º andar. Clapton, chocado e fora de si, tornou-se rapidamente “numa daquelas pessoas que apoiam outras em alturas de crise”. Teve posteriormente de identificar o cadáver. “Fui mais tarde vê-lo na casa mortuária, despedir-me dele e pedir-lhe desculpa por não ter sido um pai melhor.”
Completamente devastado, passou por uma fase crítica, em que os amigos receavam deixá-lo sozinho, temendo o suicídio. Mudou-se para Londres e ficou admirado com as cartas que recebeu, dos Kennedy ao Príncipe Carlos. Mas uma das primeiras que abriu era de Keith Richards. “Dizia apenas, ‘se puder fazer alguma coisa, diz-me’. Ficar-lhe-ei para sempre grato.”
Keith Richards foi um dos primeiros a apoiar Clapton.
Keith Richards foi um dos primeiros a apoiar Clapton.

“Não nego que houve um momento em que perdi a fé, e o que me salvou foi o amor e a compreensão incondicionais dos meus amigos e dos meus colegas do programa [de reabilitação]. Eu ia a uma reunião e as pessoas juntavam-se tranquilamente à minha volta, fazendo-me companhia, ofereciam-me um café e deixavam-me falar sobre o sucedido.”
Num destes encontros, Clapton contou a sua experiência em Hazelden. No final, uma mulher abordou-o: “Ela disse-me, ‘acabou de pôr fim à minha última desculpa para beber’. Perguntei-lhe o queria dizer e ela respondeu: ‘Tive sempre um pretexto para beber; se algo acontecesse aos meus filhos, isso justificava que eu me embebedasse. Acabou de me mostrar que não é assim.’ Percebi subitamente que havia maneira de tornar esta terrível tragédia em algo positivo”, explica Eric.
“Cheguei a um ponto em que pude dizer, ‘se consigo suportar isto e manter-me sóbrio, qualquer pessoa pode’. Foi quando percebi que não havia melhor forma de honrar a memória do meu filho.”

REFORMA, SÓ COM A MORTE

Clapton e Melia.
Clapton e Melia.

Clapton encontrou a felicidade junto de Melia. “Aos 54 anos, provavelmente fiz a primeira escolha saudável de uma companheira em toda a vida.” Eric ficou preocupado com a diferença de idades, já que Melia tinha 20 e poucos anos, mas conseguiu finalmente estabilizar a sua vida com ela. Explica que a sua última digressão foi mesmo a última, pelo menos em grande escala. É com satisfação que retrata o modo como as suas filhas, Julie, Ella e Sophie, lutam entre si para se sentarem ao lado do pai à mesa.
O álbum Back Home (2005), é um conjunto de canções sobre a felicidade, “tarefa nada fácil”, comenta. O disco não é dos seus melhores, mas podemos ver que a chama de Clapton ainda arde no DVD que retrata a reunião dos Cream em 2005. Toca tão bem como sempre, perante os olhares admiradores de Sean Penn, Brian May ou Christiane Amanpour.
Continua a comparecer nas reuniões do Alcoólicos Anónimos e refere que mantém o contacto com muitas pessoas em reabilitação, tantas quanto pode.
“Manter-me sóbrio e ajudar outros a manter a sobriedade será sempre a máxima mais importante da minha vida.”
Com esse objetivo, fundou uma clínica de reabilitação, a “Crossroads” e vendeu as guitarras para suportar os custos. No dia antes do leilão, despediu-se delas. Não foi fácil, já que eram companheiras de muitos anos de digressões. As vendas bateram recordes, com a carismática “Blackie” a ser comprada por 960 mil dólares. A sua “Cherry Red” arrecadou 847 mil dólares, a soma mais alta alguma vez paga por uma guitarra Gibson. Ao todo, Clapton vendeu 88 guitarras, angariando sete milhões, 438.624 dólares para a “Crossroads”.
Já disse que se ia retirar várias vezes, mas conclui que, ao estilo de todos os bluesmen que admira, a reforma provavelmente só virá com a morte. “Tenho constantemente jurado que vou desistir da estrada e ficar em casa, e talvez um dia seja forçado a isso, por uma razão ou outra. Por agora, vou deixar a porta aberta, e talvez isso torne mais fácil para mim o facto de ficar do lado de dentro, uma espécie de psicologia invertida, quem sabe? Só sei que, por enquanto, não quero ir a lado nenhum, e isso não é mau para quem passava a vida a fugir.”
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INGENUIDADE OU AUTENTICIDADE?

Quando os Yardbirds enveredaram pelo comercialismo com o single «For Your Love», Clapton abandonou-os, desgostado. Quando os Bluesbreakers já não correspondiam à sua ânsia criativa, deixou-os para integrar os Cream. Ao formar os Derek and the Dominos, não fez qualquer publicidade, achando que a música e uma digressão discreta garantiriam o sucesso. A editora enviou press-releases para todo o lado, lembrando que “Derek” era “Eric”, mas não evitou a catástrofe comercial. Até a bíblia do rock, a Rolling Stone, dizimou Layla, mas o álbum tornou-se num marco.
Com humildade, Eric Clapton considera que o grande sucesso de Unplugged, em 1992, se deveu, não à qualidade musical, mas ao facto de muitas pessoas lhe quererem dar uma palavra de apoio na fase difícil, após a perda que sofrera. “Como não tinham outra forma de o fazer, compraram o disco.” Foi o álbum que lhe deu menos trabalho a gravar e a preparar, e achou que não seria grande sucesso.
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“Era só eu a tocar umas canções de que sempre gostei.” Foi o maior sucesso da sua carreira, mas não explorou o filão da música acústica, contrariando o conselho do manager e lançando From the Cradle, autêntico tributo de amor aos blues.
Em finais da década de 90, Eric gravou um álbum com Simon Climie, sem publicidade, achando que a qualidade da música bastaria. Foi um fracasso, até que se descobriu que o nome Clapton estava associado ao projeto. A imprensa musical mudou logo de opinião. “De um momento para o outro, já era uma bela coisa”, desabafa o guitarrista, enfadado, admitindo a sua “ingenuidade” na matéria.
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Mas não chamaríamos ingénuo a quem escreve assim: “A cena musical, tal como a vejo hoje, é pouco diferente da época em que cresci. As percentagens são mais ou menos as mesmas – 95 por cento uma treta, cinco por cento de pureza. No entanto, os sistemas de marketing e distribuição atravessam uma grande mudança e, no final desta década, acho improvável que qualquer uma das companhias discográficas ainda exista. Com todo o respeito pelos envolvidos, a perda não seria grande. A música encontrará sempre o caminho até nós, com ou sem o comércio, a política, a religião ou qualquer outra merda que lhe prendam. A música sobrevive a tudo e, como Deus, está sempre presente. Não precisa de ajuda e não sofre qualquer bloqueio. Sempre me encontrou e, com a bênção e a permissão de Deus, sempre encontrará.”

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