quinta-feira, 21 de abril de 2016

Morreu Prince. O "Peter Pan multifacetado" que marcou a cultura pop do século XX.

 O autor de "Purple Rain" e "Kiss" tinha 57 anos. Foi encontrado morto em casa, nos Estados Unidos.

Falar de Prince, eu diria que é falar, talvez, do maior multinstrumentista dos últimos 30 a 35 anos, um verdadeiro ícone pop, uma verdadeira referência da cultura pop do século XX, talvez só ao nível de Michael Jackson ou David Bowie, embora com uma capacidade que o colocava alguns bons metros à frente destes dois. E porquê? Porque o Prince tocava todos os instrumentos, que depois faziam parte dos álbuns e das canções que ele gravava, ou seja, ele escrevia cada nota para cada instrumento que usava em cada uma das suas canções. Dito isto, estamos a falar de um compositor, dançarino e guitarrista que gravou cerca de 40 álbuns, vendeu mais de 100 milhões de discos, foi actor, aliás, tem um dos papeis na banda sonora que compôs, o “Purple Rain”, que é uma das bandas sonoras mais vendidas, talvez a par de “Titanic” e a “Saturday Night Fever”. Eu diria que o Prince, tal como o Bowie, é um case study, é um homem que vai ser estudado agora ao longo dos anos, vai ser descoberto através dos variadíssimos álbuns, das variadíssimas participações, das variadíssimas colaborações. Deve ser também dos poucos músicos que tinha grandes noções de gestão, porque chegou a vice-administrador de uma grande editora mundial, mas eu acho que acima de tudo falar de Prince, é falar de, talvez, a par do Jimi Hendrix foi o que esteve mais perto daquele símbolo que faz parte da nossa imagem, de cantor Soul/Blues norte-americano, negro, guitarrista, que em palco é um verdadeiro Peter Pan como era o James Brown, embora o James Brown não tocasse. Eu acho que o Prince simboliza bem isso, e nos últimos 30 ou 40 anos não me lembro, à excepção como já disse do Jimi Hendrix, não me lembro de um artista tão multifacetado e com uma veia tão avassaladora, que se revelava depois nas canções e nos concertos que dava. Hoje, dia em que é anunciada a morte dele, há também uma notícia paralela, que diz que estava praticamente fechado um concerto-surpresa em Portugal, tal como o que aconteceu no Coliseu dos Recreios em Lisboa em 2013, que esgotou e que foi uma noite arrebatadora e maravilhosa. O Prince tinha este condão, de ser o génio que era, o artista que era, o músico da dimensão que era, e depois aparecia nas discotecas em Lisboa, no meio das pessoas a cantar e a tocar, e portanto, começa a ser difícil, não é? Foi David Bowie, hoje é o Prince, e enfim… É de facto um dia triste!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.