sábado, 6 de dezembro de 2014

Historia de "Tears In Heaven" de Eric Clapton

Tomado pelo vício em álcool e cocaína, a pior tragédia que poderia acontecer na vida de Eric Clapton aconteceu, mas o artista encontrou nela uma inspiração para a vida e acabou por compor o seu maior sucesso musical.

Até ao nascimento de Conor, a agenda de Clapton era repleta de compromissos profissionais. Ele cumpria-os religiosamente, mas apresentava-se embriagado e sob o efeito de cocaína.
Clapton trabalhava muito, mas o seu maior trabalho era disfarçar a ressaca, um problema que tratava consumindo ainda mais álcool e drogas. Dormia duas ou três horas, e a sua nada saudável rotina diária repetia-se.
Conor nasceu na cidade de Paddington, Inglaterra, no dia 21 de Agosto de 1986, fruto de um relacionamento entre Clapton e a italiana Lori del Santo. Aquela rotina, literalmente intoxicada, começou a mudar neste momento.
Não era muito frequente o convívio entre pai e filho. Conor vivia em Itália, com a mãe, e Clapton era um músico cheio de compromissos a cumprir, por todas as partes do mundo. Porém, quando Clapton encontrava Conor, fazia questão de estar sóbrio.
A sua primeira preocupação, teve a ver com a imagem que seu filho teria do pai. Mais tarde, passou a tratar disso como um problema de saúde mesmo, porque Clapton queria ver o filho crescer e que pudesse conviver com ele mais tempo. Reflexo da história pessoal de Clapton, que não conheceu o seu pai biológico.
Clapton encontrava sempre Conor acompanhado pela mãe, e agia mais como um irmão mais velho do que, verdadeiramente, como um pai.
A 19 de março de 1991, pela primeira vez, os dois saíram juntos. Pai e filho foram ao circo, em Nova Iorque. Clapton conta que a experiência foi empolgante, perfeita, e que, finalmente, se sentiu pai de Conor. Ele queria mais momentos como aquele e chegou a exigir isso a Lori naquele mesmo dia.
Na manhã seguinte, Conor saltou de uma janela do prédio onde estava com a mãe e morreu após a queda de 53 andares.
Depois do funeral, Clapton encontrou uma carta escrita por Conor, na qual ele se dizia ansioso por encontrar o pai em Nova Iorque e terminava dizendo “eu amo-te”.
Perante uma tragédia destas, qualquer um de nós poderia esperar que Clapton regressasse ao uso abusivo de drogas. A primeira surpresa, por assim dizer, é que essa recaída não aconteceu. E, mais surpreendente ainda, é que ele passou a contar a história da morte do filho em clínicas de reabilitação para viciados em álcool, facto que encorajou muitas pessoas submetidas ao tratamento a deixarem definitivamente o vício.
O seu exemplo serviu para mostrar que, mesmo a perda de um filho, não era motivo para “mais um copo”, e Clapton percebeu que divulgá-lo seria a melhor maneira de honrar a memória de Conor.
Na maior tragédia da sua vida, Clapton encontrou inspiração para criar o maior sucesso da sua carreira, “Tears in Heaven”. Clapton, a partir de 2004 decidiu parar de tocá-la, porque é muito emocional para ser tocada em público. É uma das músicas mais pessoais de Clapton, mas para surpresa dele, a música tornou-se um hit universal. Ao contrário dos seus primeiros trabalhos, esta é uma das canções mais sensíveis e comoventes de Eric Clapton.

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