segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Visage, Os Novos Românticos por excelência

A Inglaterra, no início dos anos 80, vivia um período de aborrecimento generalizado e a crise económica herdada da década anterior ainda prevalecia. Na música popular, começavam a surgir os primeiros sinais de libertação da tirania punk. A revolução começou nas discotecas londrinas e numa nova corrente que procurava novas soluções rítmicas, piscando o olho ao glam de David Bowie e à electrónica de uns Kraftwerk.
A história dos Visage começa na discoteca Billy pela mão do vocalista Steve Strange e do DJ Rusty Egan, procurando gravar música própria para servir de ementa à clientela do referido espaço de diversão. O encontro com o guitarrista Midge Ure possibilitou a gravação do primeiro demo, uma cover futurista de "In the Year 2525", de Zager & Evans. Com a chegada do baixista Barry Adamson, do guitarrista John McGeoch e do teclista Dave Formula completava-se o elenco.
Do contrato com a editora Radar Records resultaria o single "Tar", em Setembro de 1979 e no ano seguinte surge o álbum de estreia, "Visage". O pontapé de saída para o movimento dos Novos Românticos começava aqui, assente em ambientes misteriosos, "Mind of a Toy" e "Blocks on Blocks", no ambiente dance rock da faixa título ou num instrumental "embrulhado" num saxofone, "The Dancer". Mas, é no single "Fade to Grey" que o agrupamento atinge o seu pináculo, introduzindo vocalizações femininas em francês, sirenes distantes e sintetizadores pulsantes. Paralelamente, Steve Strange possuia uma habilidade genuína para a moda, flirtando com o melhor estilo Bowie. Depois de "Visage" seguiram-se "The Anvil", de 1982 e o derradeiro "Beat Boys", de 1984. O clássico hipnótico das noites de 80, "Fade to Grey", constitui a escolha de vídeo e a prova de que os Visage foram os reais mentores de um movimento intemporal.

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